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Especialistas afirmam que não há comprovação de que engolir placenta traz benefício para mães

Ingerir, após o parto, o órgão formado durante a gestação tem sido cada vez mais usual em países como os Estados Unidos

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Gláucia Chaves - Revista do CB Publicação:27/01/2014 15:00Atualização:27/01/2014 15:13
Na gravidez, além do futuro filho, a mulher carrega a placenta. O órgão é formado apenas durante a gestação e serve, basicamente, para manter o bebê no lugar dentro do útero e possibilitar a troca de nutrientes entre mãe e filho. Assim que a criança nasce, o órgão também vai embora, expelido durante o parto. Para algumas pessoas, contudo, a utilidade da placenta vai além. Em uma prática chamada de placentofagia, algumas mulheres acreditam que, ao ingerir o órgão, estão consumindo nutrientes que ajudarão na recuperação pós-parto.

Nos Estados Unidos, local em que a prática parece mais disseminada, há empresas que encapsulam a placenta. O procedimento custa cerca de US$ 200 por lá. Após ser desidratado, o órgão é moído e colocado dentro de cápsulas de gel. Jodi Selander, psicóloga líder do movimento pró-placentofagia Placenta Benefits, defende na página oficial da iniciativa que as vitaminas e minerais presentes na placenta, como a vitamina B6, podem ajudar a combater sintomas da depressão. Além disso, o órgão, rico em ferro e em proteína, seria o ingrediente ideal para que especialmente as vegetarianas se recuperassem do desgaste do parto.

Os estudos com relação aos supostos benefícios da placentofagia, contudo, são escassos. Ainda assim, Lucila Nagata, médica ginecologista e obstetra, explica que o hábito não é novo. “Na Austrália, entre os aborígenes, existe um ritual no qual se acredita que alguém da família cozinhar uma refeição com placenta é celebrar o nascimento e compartilhar com amigos e familiares a boa energia ou o poder que a placenta traria”, exemplifica. “(A placentofagia) também é usada na medicina chinesa para alguns tratamentos.” Na internet, é fácil encontrar receitas e métodos de ingestão da placenta. Mas a médica alerta: no caso da ingestão da placenta crua, caso a mãe tenha algum processo infeccioso, ele pode passar para quem ingere o órgão.

Clique na imagem para ampliá-la (Valdo Virgo/CB/D.A Press)
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