Ministério da Saúde investiga novas formas de contágio do zika vírus: relação sexual e aleitamento

Suspeita-se ainda de contágio por via sanguínea, como em transfusões de sangue e transplante de órgãos

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Diário de Pernambuco Publicação:01/12/2015 12:22
 Brasil tem 1.248 casos de microcefalia registrados em 14 estados (Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press) (Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press)
Brasil tem 1.248 casos de microcefalia registrados em 14 estados (Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press)
A forma de contágio do zika vírus pode não acontecer somente pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue e chikungunya, mas ainda por meio de relação sexual ou aleitamento. Suspeita-se ainda de contágio por via sanguínea, como em transfusões de sangue e transplante de órgãos. As possibilidades estão sendo investigadas pelo Ministério da Saúde.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, confirmou a investigação, mas informou que as suspeitas ainda não foram atestadas. "Todas as informações que temos sobre o zika vírus são recentes. A forma de transmissão que conhecemos é pelo mosquito", disse.

Outros tipos de contágio são descritos de forma isolada na literatura médica, de acordo com Maierovitch. "Transmissões por meio de relação sexual e por aleitamento são citadas em casos isolados, mas ainda estamos investigando", pontuou.

Um estudo publicado este ano na revista científica internacional Emerging Infectious Diseases revelou que o zika vírus foi isolado, em 2013, no sêmen de um paciente do Taiti, ilha da Polinésia Francesa, que passou por uma epidemia de zika em 2013.

O vírus foi isolado depois de o paciente ter procurado tratamento para a presença de sangue no esperma, que aconteceu duas semanas após ele ter apresentado sintomas caracteísticos de zika, como dor de cabeça, febre baixa e dores nas articulações.

A primeira morte comprovadamente causada pelo vírus foi a de um homem, do Maranhão, com lúpus que fazia uso de medicamentos corticoides. O segundo caso foi o de uma menina de 16 anos, do município de Benevides, no Pará, que morreu em outubro. Ela apresentou dor de cabeça, náuseas e petéquias (pontos vermelhos na pele e mucosas).

Antes de ser apontado como causador da microcefalia e de graves problemas neurológicos como a síndrome de Guillain-Barré, que pode deixar o paciente paralisado e até levar à morte, o zika era considerado uma versão mais branda da dengue, por causa dos sintomas iniciais que geralmente desaparecem em até sete dias. Agora, o vírus identificado pela primeira vez na floresta de Zica, na África, tornou-se a principal preocupação relativa ao combate ao Aedes.

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