As receitas digitais já representam 16% do mercado total de música no Brasil, ficando os CDs com 53% e os formatos de vídeos musicais com 31% de participação
Comemorado no dia 22 de novembro, o Dia do Músico toma a cena musical de Brasília e seus artistas em uma reflexão sobre esse mercado exportado por Distrito Federal. Várias bandas do rock nacional, consideradas hoje tesouro da música brasileira, nasceram na capital federal e tiveram o seu auge nas décadas de 1980 e 1990. Legião Urbana, Capital Inicial e Raimundos foram algumas das bandas que fizeram Brasília ser conhecida como a capital do rock nacional. Nos últimos 10 anos, outras bandas também nascidos na cidade como Natiruts, Rodox e Móveis Coloniais de Acaju mostram que BSB ainda tem muito que exportar musicalmente. Uma maneira que as novas bandas estão encontrando para divulgar seu trabalho é participando de festivais e eventos gratuitos.
Durante este fim de semana, os brasilienses poderão curtir uma boa música – e de graça – no Complexo Cultural da República, em que acontecem shows de Congo Nya, Banda Funkenando, Elza Soares, Sandra de Sá e Sistema Criolina em comemoração ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. O público pode conferir apresentações culturais e religiosas, uma exposição fotográfica, estande com publicações da Fundação Palmares, artesanato, literatura, mostra de produto e praça da alimentação com gastronomia afro.
Dando continuidade à série de encontros musicais, a Feira de Música do Centro Cultural Banco do Brasil (CBB), neste sábado tem shows com Mandrágora, Jenipapo e Pé de Cerrado na Área Externa - SCES, Trecho 2, lote 22. “Suor, talento e sorte”
A banda Quintas de Fevereiro mistura em seu estilo MPB e baião, ritmos jamaicanos e rock
São com essas três palavras que o vocalista da banda brasiliense, Quintas de fevereiro define como é ser músico no Brasil. Segundo ele, o grupo procura enfrentar o mercado com criatividade, estreitando a relação com o seu público através da Internet e de muito trabalho.
Para o vocalista Sander Ventura, um músico bem sucedido é “aquele que consegue viver exclusivamente para a sua arte. Consegue seu sustento financeiro e realização profissional através do seu trabalho musical”. Entretanto, em Brasília, ganhar dinheiro com a sua música pode ser um caminho bastante difícil.
Segundo Thiago Pinho, baixista e compositor da Quintas, o mercado brasiliense não é tão aberto às bandas com produção autoral. “É preciso fazer um esforço muito grande para conseguir espaço, para oferecer material de qualidade ao público, investir muito tempo e trabalho, criar uma rede de contatos que se apóiem”, coloca.
Sobre as bandas conterrâneas que inspiram o grupo, eles afirmam ser difícil de escolher uma. “Acho que em Brasília não há uma banda só que influencie o cenário musical, mas o movimento que elas fizeram durante a década de 1980. Esse movimento ainda influencia mais”, afirma Ventura.
Rock documentado
Para quem quiser conferir como a história do rock nacional está entrelaçada com a produção cultural dos brasilienses, o documentário “Rock Brasília”, de Vladimir Carvalho, retoma as origens das grandes bandas de rock dos anos 1980 que se formaram em Brasília, como Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude.
Lançado há cerca de um ano, o filme traz depoimentos de Renato Russo, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá, Dinho Ouro Preto, dos irmãos Flávio e Fê Lemos e de Philippe Seabra.
Outros músicos -entre eles Herbert Vianna, João Barone, Bi Ribeiro e Caetano Veloso -, que foram influenciados por essa geração, também contam suas histórias.