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Brasil quer o comando da OMC

O país está indicando o diplomata Roberto Carvalho de Azevêdo, que concorre com outros oito candidatos, à vaga de diretor-geral do órgão

Renata Giraldi - Agência Brasil - Redação Publicação:09/01/2013 11:55Atualização:09/01/2013 11:01
O embaixador brasileiro quer o apoio de países latinos, africanos e alguns asiáticos (Marcello Casal Jr/Abr)
O embaixador brasileiro quer o apoio de países
latinos, africanos e alguns asiáticos
A menos de cinco meses da eleição do novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) para o período 2013-2017, o Brasil está em campanha para tentar eleger o embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo. O diplomata enfrenta mais oito candidatos e tenta garantir o apoio dos latino-americanos, dos africanos e de alguns asiáticos. Azevêdo defende a busca pelo consenso nas negociações e o estímulo à integração das menores economias no órgão.

No próximo dia 29, os nove candidatos apresentarão suas propostas e a eleição ocorrerá em 31 de maio. A OMC é a organização internacional que supervisiona o comércio entre os países e implementa os acordos negociados nas rodadas multilaterais, além de coordenar a negociação de novas regras de comércio. A sede da organização fica em Genebra, na Suíça.

Além de Azevêdo, concorrem à direção-geral da OMC Alan John Kwadwo Kyerematen, de Gana; Anabel González, da Costa Rica; Mari Elka Pangestu, da Indonésia; Tim Groser, da Nova Zelândia; Amina C. Mohamed, do Quênia; Ahmad Thougan Hindawi, da Jordânia; Herminio Blanco, do México, e Taeho Bark, da Coreia do Sul.

O nome de Azevêdo tem o apoio da presidenta Dilma Rousseff e de distintos setores do governo, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para especialistas, o embaixador consolida uma candidatura de governo e não apenas de um setor específico. O comando da OMC é exercido pelo diretor-geral, presidente do órgão revisor e presidente do mecanismo de controvérsias.

Tradicionalmente, se para um dos três cargos é designado um representante de país em desenvolvimento, para as demais funções são escolhidos nomes de países desenvolvidos. A eleição do novo diretor-geral ocorre por meio de um consenso, pois, em geral, a concorrência fica entre dois ou três candidatos, depois que os demais postulantes constatam que não contam com o apoio que necessitam.

Diplomata de carreira, Azevêdo, de 55 anos, é o representante permanente do Brasil na OMC, na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi), no Conselho das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), e na União Internacional de Telecomunicações (UIT). Ele construiu sua carreira na área de economia e comércio internacional, em especial de resolução de litígios.

Como responsável pela área de Assuntos Econômicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores, Azevêdo foi o negociador-chefe do Brasil para a Rodada Doha (ciclo de negociações para liberalização do comércio mundial, iniciado em 2001) e supervisionou as negociações do Mercosul com os países fora da América Latina. Formado em engenharia elétrica, o embaixador é apontado como um dos mais preparados especialistas em política comercial do governo brasileiro.
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