Disque Racismo será lançado em março
Serviço será o primeiro no país, lançado pelo governo
Um fórum realizado nesta quinta-feira pela Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial do Distrito Federal (Sepir) discutiu com a sociedade como poderia ser a criação e implantação do Disque Racismo.
O Disque Racismo tem com objetivo proteger os direitos das populações negra, indígena, quilombola, cigana, ribeirinha, além de zelar pela manutenção das religiões de matrizes africanas. Com o serviço, o GDF - por meio da Sepir e o apoio da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) - colocará à disposição da sociedade civil um legítimo canal de comunicação.
"Este é o primeiro Disque Racismo governamental do país. Existem algumas iniciativas desse tipo em outros estados como Rio de Janeiro e São Paulo, mas todas idealizadas pela sociedade civil", explicou o secretário da pasta, Viridiano Custódio de Brito.
Assistência jurídica
Além de receber e encaminhar manifestações de discriminação étnico-racial com base em raça, etnia, cor, religião ou origem, o Disque Racismo também acompanhará a adoção de medidas para a promoção da igualdade racial, inclusive oferecendo assistência psicológica e jurídica às vítimas.
"Firmamos uma parceria com a OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil) para que os Núcleos de Atendimento Jurídico das faculdades de Direito do DF atendam essas pessoas. A expectativa é que, com o trabalho do Disque Racismo e as campanhas de conscientização, o número de denúncias aumente e os casos sejam tipificados da forma correta", acrescentou o secretário.
Denunciando o racismo
Segundo dados da Secretaria de Segurança enviados à Sepir, 409 ocorrências por preconceito racial foram registradas em todas as delegacias do DF, no ano passado. Entre elas, apenas sete foram tipificadas como racismo – quando uma etnia é atingida ou alguém é cerceado de algum direito por pertencer a esse grupo. As outras 402 foram qualificadas como injúria racial – quando um ser humano é desqualificado por pertencer a um grupo ou etnia.
Para garantir a efetividade no acolhimento e encaminhamento da denúncia, 10 atendentes do serviço 156 receberão um curso sobre o assunto. Eles serão preparados para dar as primeiras orientações à vítima da agressão ou crime, que será orientada a registrar ocorrência na delegacia. Em seguida, o caso será acompanhado.