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Cultura »

Brasília recebe exposição inédita do colombiano Alejandro Obregón

Artista é considerado um dos mais importantes na história da arte em seu país

Da redação com Assessorias - Redação Publicação:30/10/2013 18:24Atualização:01/11/2013 14:36

 

La barracuda, 1966 (Divulgação)
La barracuda, 1966

A Embaixada da Colômbia realizará no Museu Nacional da República (MuN), em Brasília (DF), entre 07 de novembro e 05 de janeiro, a exposição Geografias Pictóricas – A exploração do espaço na paisagem de Alejandro Obregón, com 32 obras do artista. A Vice-Ministra de Relações Exteriores da Colômbia, Patti Londoño, virá especialmente para abertura, no próximo dia 06, para acompanhar os altos funcionários do Governo Brasileiro que estarão presentes.
 
A mostra tem o apoio dos Ministérios das Relações Exteriores da Colômbia e do Brasil (MRE), da Secretaria de Cultura do Distrito Federal e do Museu Nacional. Ela faz parte de um ciclo de exposições no Museu Nacional da República que o Itamaraty iniciou com grandes artistas de países da América Latina, o que já incluiu Guayasamin do Equador, com a exposição Continente Mestiço, e Armando Reverón, com Revendo Reverón – O Relâmpago Capturado. Obregón será o terceiro homenageado, já que é um ícone da cena artística colombiana.  
 
Considerado um dos mais importantes na história da arte colombiana, ele teve papel fundamental nos debates sobre arte moderna na segunda metade do século XX e é reconhecido mundialmente pelas suas obras, que abordam o contexto político colombiano e a paisagem ou natureza. Atuou como pintor, gravurista, ilustrador, e escultor.
 
A paisagem e a natureza estão presentes em obras de Obregón ao longo da sua carreira artística: o mar, a montanha, o rio, o vulcão, o vento, o condor, o touro, a barracuda, a mojorra. A realidade política e social da Colômbia ele tratou em momentos específicos – “Pinto temas políticos quando sinto que não é mais possível tolerar e que é necessário denunciar”. Obregón teve preocupação com o estudo do espaço em si e com a análise dos fatos ou fenômenos geográficos. Essas foram as bases do impulso criativo do artista, que se propôs a criar suas próprias geografias pictóricas.
 
Em sua formação, Obregón teve influências de vanguardas artísticas europeias, de Pablo Picasso e Georges Braque, que fundaram o cubismo, além de períodos em que se aproximou de Paul Cézzanne, pintor pos-impressionista francês, da pintura metafísica e do expressionismo.         
 
Ao longo de sua carreira, contabilizou mais de 70 exposições coletivas e 50 individuais, em países como França, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Suécia, Alemanha, Espanha, e Brasil. Também fez uma obra exclusivamente para o Vaticano (La Anunciación) e pintou uma série sobre aviação para a empresa holandesa KLM. 
 
No Brasil, já participou de cinco Bienais de Artes em São Paulo e, em 1967, recebeu o Grande Prêmio Latino Americano Francisco Matarazzo Sobrinho. No Brasil, também conheceu o Amazonas, em 1985, lugar que se tornou inspiração para produção de obras. Entre outros prêmios que o artista recebeu, estão o primeiro lugar na Terceira Bienal Hispânico-Americana, em Madrid, e o Premio Guggenheim para Latino América.
 
A curadoria da exposição fica por conta de Isabel Cristina Ramires, historiadora de arte, docente, investigadora e curadora da Universidade Jorge Tadeo Lozano, Seccional Caribe. O estudo curatorial mostra que Obregón era um autêntico explorador geográfico e sua vida cotidiana, viagens, e intercâmbios, serviram como inspiração criativa para suas obras.
 
A mostra está dividida em seis partes: geografias do desdobramento; geografias de forças e tensões; geografias de atmosferas; geografias de cor; corpos geografia e geografias da saturação. “Com essas categorias se quer mostrar elementos comuns nas estratégias que Obregón utilizou para propiciar o trânsito no qual seus interesses temáticos circulam no reino da linguagem muda da pintura”, observou Isabel Ramires.
 
As obras expostas serão Bodegón con Jaula (1952); Ganado ahogándose en el Magdalena (1955); Paisaje para un condor (1958); Cóndor (1959); Camarón chino (1959); Bodegón Marino (1959); Toro Cóndor (1960); Sortilegio Nocturno (1960); Naufragio (1960); Rompeolas (1961); Eclipse (1961); Resaca (1961); Genocidio (1961); Mojarra (1961); Flor Calcinada (1962); Aleta milenária (1962); Estudio para la violência(1962); Volcán (1963); Fuga y Muerte del alcatraz (1963); Huesos de Mis Bestias (1966); Volcán de Galerazamba (1966); Abraxas (Ángel Herido) (1968); Sortilegio (1969); Un jardín para Bachué (1976); Magia del Caribe (1983); Mar revuelto (1984); Gavilán Pollero (1984); La Flor (1962). A mostra traz duas obras da série Mojarra, duas da série Estudio para La violência e duas da Paisaje para um condor. Elas fazem parte de coleções particulares e museus.
 
A exposição pode ser conferida até o dia 05 de janeiro de 2014, no Museu Nacional de República, localizado na Esplanada dos Ministérios, Setor Cultural Sul. O horário de funcionamento é das 09h as 18h30, de terça a domingo. A entrada é franca. 
Torocondór, 1960 (Divulgação)
Torocondór, 1960


Vida 
 
Filho de mãe espanhola e pai colombiano, Alejandro Obregón nasceu no dia 04 de julho de 1920, na cidade de Barcelona, mas em 1941, adquiriu a nacionalidade colombiana. Mudou-se com seis anos para Barranquilla (cidade do Caribe colombiano).
 
Estudou na Inglaterra e nos Estados Unidos, trabalhou na fábrica de tecidos da família Obregón Arjona, em Barranquilla, foi tradutor e motorista de caminhão em Catatumbo, e diplomata em Barcelona. Também viveu por um tempo na Franca, em Alba La Romaine, e recebeu do Governo Francês a Ordem de Comendador de Artes e Letras.
 
Decidiu tornar-se definitivamente pintor após estudar um ano na Academia de Belas Artes de Boston. Em 1944, participou do V Salão de Artistas Colombianos, onde foi considerado pelos críticos como o artista revelação do salão. A primeira exposição individual foi no ano seguinte, em Bogotá, na Biblioteca Nacional.


Exposição Geografias Pictóricas – A exploração do espaço na paisagem de Alejandro Obregón
Onde: Museu Nacional da República - Esplanada dos Ministérios Setor Cultural Sul, Lote 2, 70070150 Brasília

Seg - Dom: 09:00 - 18:30

Quando: 07 de novembro a 05 de janeiro

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