Para Zico, CBF não ajuda o futebol no Brasil
O ex-jogador e craque do Flamengo faz duras críticas à Confederação Brasileira de Futebol, que considera uma "arrecadadora" de dinheiro
Ex-jogador de três copas, Zico disse que jovens atletas devem ter o direito de buscar melhores condições de vida no exterior, mas, em defesa do esporte nacional, os clubes no Brasil devem ser fortalecidos pela entidade. “Ninguém pode impedir o direito do jovem, mas a CBF podia ajudar os clubes, fazer com que tivessem mais poder”, completa. Para ele, se criou um mito de que é preciso jogar em times europeus, “como se o futebol brasileiro não fosse importante”.
Para reverter o quadro, Zico defende que os próprios clubes, que escolhem a diretoria da CBF, opinem sobre o uso dos recursos da organização. “A politica atual não está sendo benéfica ao futebol brasileiro, mas aos clubes europeus. E a CBF senta na cadeira, muito cômoda. A hora que precisa, traz os jogadores, não paga nada. Lamento profundamente que os clubes estejam comprometidos com a eleição do presidente, mas não tenham o apoio que deveriam ter”.
Zico também criticou a ausência de cursos para comissão técnica; a escolha de jogadores de base por características físicas, em vez do talento; e a ausência de torcedores nos estádios. "O Brasil é tido como país do futebol, mas tem 7 mil, 8 mil pessoas [por jogo] nos estádios. A Alemanha tem 40 mil, 50 mil, 60 mil. Quer dizer, que país do futebol é esse?", questiona. “Os clube estão enfraquecidos, os melhores jogadores não estão aqui”, justifica, sobre o baixo comparecimento do público.
Procurada pela reportagem, a CBF não quis comentar as declarações do ex-jogador.