Mulheres do Milênio: o futuro do mercado de trabalho
Estudo revela o que jovens mulheres - com idades entre 19 e 34 anos - pensam sobre seus empregos, suas carreiras, e sobre o cenário empregatício atual. Respostas podem ajudar empregadores a equilibrar suas equipes
Um dos campos no qual a mulher gradativamente tem conseguido mais lugar é o trabalhista. Se em 1976, 29% das mulheres trabalhavam, adentramos o novo milênio com mais de 40% trabalhando ou procurando emprego. Com essa participação crescente, os empregadores já não podem mais desconsiderar este tipo de profissional como vital para o equilíbrio da organização. Foi pensando nisso que a PwC, empresa de prestação de serviços de consultoria de negócio, realizou uma pesquisa na qual ouviu milhares de mulheres com idades entre 19 e 34 anos ao redor de todo o globo, para saber o que pensam sobre seus serviços, suas carreiras, e o cenário empregatício atual.
A análise também revelou que 51% dessas mulheres acreditam que há chances de alcançar cargos de alto nível em seus atuais empregos. É o caso da assessora de imprensa Jaqueline Nunes, 26 anos. Ela diz que, por ter a oportunidade de trabalhar com o que gosta, vem se destacando e sente-se valorizada, o que a faz acreditar na possibilidade de ser promovida. “O mercado de trabalho está cada dia mais exigente e competitivo, mas aproveito todas as chances para aprender”, afirma.
A maioria das mulheres do Milênio (55%) acha que as oportunidades de conseguir um emprego não são as mesmas para homens e mulheres na atualidade. Jaqueline acredita que para os empregadores, a capacitação do candidato é o fator mais relevante para a contratação, mas admite que alguns aspectos de gênero influenciam na hora da decisão. "Tenho dois filhos pequenos e, antes de conseguir meu atual emprego, tive muita dificuldade, mesmo provando capacitação. Todos imaginam que mulheres que têm filhos vão faltar mais, pois já se tem na cabeça que se algo acontecer com as crianças, a maior responsável por acompanhar é a mulher, e não o homem. Com certeza esse fato pesa".
Para a maior parte das mulheres do Milênio, receber um retorno frequente do chefe sobre a qualidade de seus serviços é essencial: 51% delas acreditam nessa relevância. "É muito importante, trabalhamos pela troca", afirma Liliane. "Minha gestora de franquia fica no rio, mas o feedback acontece o tempo inteiro. Também temos avaliação semestral dentro da empresa. Para o meu desenvolvimento isso é indispensável".
Viver experiências em outros países é sempre enriquecedor, e das mulheres ouvidas, 71% gostariam de ter a oportunidade de trabalhar fora. "É sempre uma ideia interessante, mas atualmente não procuro por isso por questões pessoais", diz Liliane. "Porém, tenho vontade e enxergo essa possibilidade a longo prazo, afinal de contas a empresa está presente em vários países", conta.