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Você sabe a diferença entre intolerância e alergia alimentar?

A ingestão de certos alimentos, como amendoim e farinha de trigo, podem levar a reações diferentes em determinadas pessoas. Porém, nem sempre o que se vê é uma reação mais séria, de alergia, como diz o especialista

Da redação com Assessorias - Redação Publicação:20/08/2014 09:00Atualização:20/08/2014 09:35

O glúten presente no trigo é uma das proteínas que mais gera alergia entre as pessoas (Freedigitalphotos.net)
O glúten presente no trigo é uma das
proteínas que mais gera alergia entre
as pessoas
Qualquer comportamento anormal à ingestão de alimentos ou aditivos alimentares é chamado de reação adversa, independente de sua causa. Essas reações podem ser classificadas em intolerância alimentar ou em hipersensibilidade, que são diferentes, embora muitas pessoas ainda se confundam.

A intolerância alimentar não é uma reação alérgica, porque não envolve os mecanismos de defesa do organismo. Ela pode ocorrer por reações metabólicas, tóxicas ou adversas, como, por exemplo, ter diarreia após comer muita fritura. "A moda atual de retirar glúten e lactose da dieta, sem nenhum critério, pode ser muito prejudicial. As reações a essas substâncias são metabólicas, não alérgicas, e muitas pessoas acham que elas provocam manifestações clínicas, o que é um erro. Por exemplo, é comum ouvirmos que uma pessoa retirou o leite das crianças porque causa catarro e muita secreção de vias respiratórias. Isso é um mito e não tem comprovação científica", explica o alergologista Roberto Souza Lima.

Já a hipersensibilidade alimentar, sim, é uma reação imune, característica da alergia, e envolve pelo menos quatro mecanismos imunológicos, sendo o mais comum aquele com a participação da imunoglobulina IgE. A reação alérgica resulta de uma resposta exagerada do organismo a determinada substância presente nos alimentos, como o glúten.

Leite de vaca, clara de ovo, soja, trigo e frutas cítricas comumente provocam alergias em crianças, enquanto nos adultos são os aditivos alimentares, camarão e demais frutos do mar. "É importante ressaltar que o agente alergênico é sempre uma proteína presente nos alimentos, e não os açúcares, como a lactose do leite", lembra o especialista.

 

A correta alimentação de bebês e crianças é fundamental para a prevenção das alergias alimentares. Segundo o médico, um dos fatores que leva ao seu surgimento da reação imune é a introdução precoce de comida na rotina do bebê. Como seu trato gastrointestinal ainda é imaturo, o não aleitamento materno e o uso de preparados industriais na nutrição desencadeia a alergia. A predisposição genética também é uma causa recorrente.

O tratamento para os casos de hipersensibilidade é a restrição total do alimento e de todos os seus derivados por um período mínimo de 12 meses. Não existem vacinas ou mesmo medicamentos que tratem a alergia alimentar ou acelerem o tempo da cura. "Nas crianças, existem mecanismos próprios que permitem a liberação do alimento após o período de dieta. Já nos adultos, a reação alérgica pode durar anos ou mesmo ser pelo resto da vida do indivíduo, como ocorre com a proteína de ovo", diz Roberto Souza Lima.

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