Hétero, casado, tem duas filhas e é drag queen
Mesmo enfrentando o preconceito da sociedade e a hostilidade da família, o animador de festas Luis Otavio não abre mão de sua grande personagem
A partir dos 8 anos, Luis começou a se interessar por roupas e sapatos femininos. Aos 15, participou pela primeira vez da Banda Mole – tradicional bloco pré-carnavalesco que sai às ruas de BH anunciando a famosa festa pagã – utilizando um figurino que ele mesmo criou. "Hoje, realizo vários eventos por mês, especialmente em empresas". No varal da sua casa, é comum ver espartilhos, roupas com muitos paetês, meias finas, longas capas, tudo confeccionado cuidadosamente por ele mesmo, para compor sua personagem mais famosa e mais polêmica.
Além dos problemas familiares, assumir o lado artístico custou ao animador a demissão do banco, em que trabalhou muito tempo como gerente, e a luta diária contra o preconceito. "Muitas pessoas ligam aqui e perguntam se é da casa do 'bicha'. Encaro tudo de forma muito profissional". Seu grande consolo é o apoio que recebe da mãe e do padrasto, Valdizio Santos Novais. "Eu costumava dizer que eu tinha uma menina e um menino. Porque uma hora era Luis e outra hora era Luisa. Ele é um presente de Deus", diz a mãe.
Avessa a entrevistas, a mulher, Rosalia Simão Sousa, decidiu falar sobre o trabalho do marido. "O Luis é um grande profissional. Já fui a festas com ele, em que fiquei surpresa na sua forma de transmitir alegria às pessoas". Para ela, lidar com os comentários maldosos é um grande desafio: "Muita gente me pergunta como consigo estar há tanto tempo casada com um homem que se veste de mulher. Mas eu separo bem o marido e a personagem". Apesar das declarações amigáveis, há algum tempo a família não acompanha Luis aos eventos nem apoia suas apresentações. Uma coisa é certa, "o Lulu Show não vai parar", como diz o próprio artista.
Confira a matéria exclusiva da TV Encontro: