O látex, extraído da seringueira, e usado
em luvas, balões e camisinha, pode gerar
uma séria reação alérgica
A alergia ao látex é um problema relativamente novo e que vem atingindo cada vez mais pessoas. Luvas, balões e camisinhas são exemplos de objetos comuns que podem causar reações alérgicas em pessoas sensíveis à substância. Em casos raros, as vítimas dessa doença podem reagir também a elásticos, partes de borracha de brinquedos, chupetas e bicos de mamadeira. Como ainda não existe vacina disponível, o tratamento mais eficaz é o preventivo.
O látex, que é extraído das seringueiras, é processado pela indústria para criar uma variedade de produtos, como luvas e balões para festas de aniversário. Como explica o médico Roberto Souza Lima, especialista em alergia e imunologia, existem dois tipos de reações. "A primeira aparece entre 12 e 36 horas após o contato com o látex e surge mais frequentemente nas mãos. Pode afetar outras partes do corpo também. Apesar de causar muito irritação no local, não há risco para a vida", explica.
Já o segundo tipo de reação, mais grave, causa coceira no corpo, vermelhidão, inchaço dos lábios, espirros, coriza e chiados no peito. Em alguns casos mais graves, pode levar à queda da pressão arterial e sérios problemas respiratórios, como falta de ar. "Se a alergia não for tratada imediatamente, pode ser fatal. O maior perigo de reações graves ocorre quando o látex entra em contato com partes úmidas do corpo, mucosas ou com superfícies internas durante uma cirurgia", alerta o especialista.
Não é só o contato com o produto que pode causar a reação do organismo. O látex também pode ser inalado pelo ar, gerando complicações respiratórias: "Isso acontece porque as partículas produto se aderem ao pó usado para lubrificar as luvas e os balões de borracha. Após ter contato com esses objetos, as substâncias ficam suspensas no ar, podendo ser inaladas ou entrar em contato com o nariz e os olhos".
Detectado o problema, a pessoa sensível deverá evitar o contato com produtos que contenham o látex. É importante informar a família, os médicos, enfermeiras, patrões, professores e funcionários da escola, no caso de crianças. "Se você é alérgico e precisa usar luvas, há várias opções. Dá para substituir por vinil ou látex sintético, por exemplo. No caso das camisinhas, existem os produtos de borracha sintética que têm o mesmo efeito", diz o médico.