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Reconstrução das sobrancelhas e aréolas recupera a autoestima das mulheres

Na luta contra o câncer de mama, técnica de micropigmentação é uma das formas de se ajudar as pacientes a manter um estilo de vida saudável

Fernanda Nazaré - Redação Publicação:17/10/2014 11:30
Inajá Bessa já realizou 20 mil procedimentos de reconstrução de aréola, sobrancelha e cílios em mulheres vítimas de câncer de mama (Divulgação)
Inajá Bessa já realizou 20 mil procedimentos de reconstrução de aréola, sobrancelha e cílios em mulheres vítimas de câncer de mama
Retirar os seios e perder os cabelos. Para a mulher, eliminar dois fortes símbolos da feminilidade é quase tão duro quanto receber o diagnóstico de câncer de mama – doença que mais mata no Brasil deve vitimar 57.120 pessoas em 2014, segundo o Instituto Nacional do Câncer. A recuperação da doença é uma longa jornada, e, nela, resgatar a própria identidade e a "paz" com o espelho pode ser feita por meio da micropigmentação. A técnica infiltra pigmentos na pele – parecida com a da tatuagem –, usando agulhas descartáveis, circulares ou lineares específicas para cada tipo de efeito. Os pigmentos usados costumam ser orgânicos, à base de anilina vegetal.

 (Heitor Antônio/Encontro Digital/Fotos: Divulgação)
Após a retirada total dos seios – a mastectomia –, a reconstrução da mama por meio de implante de silicone não é, necessariamente, a última etapa da reconquista da autoestima. Ainda é preciso reconstruir as aréolas.

De acordo com a micropigmentadora Inajá Bessa, cada vez mais mulheres que sofreram com o câncer de mama a procuram para resgatar a feminilidade. Há 18 anos no mercado, ela já realizou mais de 20 mil procedimentos de reconstrução de aréola, sobrancelha e cílios. A técnica também é conhecida como maquiagem definitiva. "A mulher tem de se olhar no espelho e ter a sensação de que está viva, com autoestima para continuar o tratamento. Elas se esquecem da doença quando vêm o resultado, se redescobrem. Quando acabo meu trabalho, ver o sorriso delas não tem preço", conta Inajá.

Ainda segundo a micropigmentadora, várias pacientes começam a pigmentar as sobrancelhas, a delinear os cílios e as aréolas antes de acabar a quimioterapia: "Muitas chegam aqui na clínica sem vontade de viver, com vergonha, devido à falta dos pelos nas sobrancelhas. Basta uma sessão de micropigmentação para ver a mudança emocional e estética".

A advogada Marina Faiçal, de 34 anos, detectou um câncer de mama há três anos. Na época, ela tinha acabado de se casar. O procedimento de pigmentação das sobrancelhas simultaneamente ao tratamento com quimioterapia foi muito importante para elevar sua autoestima: "Durante o meu tratamento, perdi todos os pelos da sobrancelha. Os da cabeça conseguimos contornar com peruca ou lenços. Ao sair da clínica de micropigmentação, me senti uma nova mulher", afirma.

Reparando cicatrizes

Não só os seios e as sobrancelhas são redesenhados com a técnica da micropigmentação. Cicatrizes de outras cirurgias e de queimaduras também podem ser amenizadas. Dependendo do estado da pele, o trabalho chega a ser feito em várias sessões. "O tecido em que se encontra a cicatriz é difícil de pigmentar. É mais fibroso, o que necessita um relaxamento para que fique com aparência natural", explica Inajá Bessa.

Outubro Rosa


Aderindo à onda de solidariedade na luta contra o câncer de mama, como parte da campanha mundial Outubro Rosa, a micropigmentadora Inajá Besa irá realizar o procedimento de graça, para pacientes do Lar Teresa de Jesus, no dia 23 de outubro. Quem se interessar, pode se inscrever diretamente na instituição: av do Contorno 9297, Prado, Belo Horizonte.
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