O coordenador do Procon Assembleia adverte os consumidores que não acompanharam os preços antes da Black Friday a não comprar
Na madrugada desta sexta, dia 28 de novembro, os sites de lojas de departamento ficaram congestinados. O motivo? A famosa promoção Black Friday, que surgiu nos Estados Unidos para aproveitar a sexta posterior ao feriado de Ação de Graças, também se espalhou pelo Brasil, deixando lojas físicas e virtuais superlotadas. O problema, e que está estampado nas principais
redes sociais, é saber se o preço da oferta está em conta ou é fruto apenas de uma "maquiagem" – o comércio supervaloriza um item dias antes de colocá-lo em "promoção".
"Enquanto você finge que tem dinheiro, os produtos fingem que tem desconto, mas o importante é não ficar de fora do #hype", diz um usuário no Twitter. O portal de defesa do consumidor Reclame Aqui criou um hotsite especialmente para a Black Friday, e, só na madrugada da sexta-feira, acumulou 1.200 reclamações de internautas indignados com as falsas promoções.
Um senso comum é que eletrônicos e eletrodomésticos não estão valendo a pena, mas livros, filmes e eletroportáteis, por outro lado, estão mais em conta. Mesmo assim, é bom ficar de olho no valor do frete e no tempo de entrega – em algumas lojas o valor do envio é superior ao do próprio produto. "Uma dica é que, se a pessoa não monitorou o produto antes da Black Friday, pode ser vítima de publicidade enganosa. Portanto, não compre. Todo apelo publicitário, hoje, diz que se não comprar agora, perderá a chance. Mas daqui a algumas semanas ou depois do Natal, vai estar mais barato. É um apelo enganoso", diz Marcelo Barbosa, coordenador do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
O portal Reclame Aqui criou um hotsite da Black Friday e exibe as lojas online com mais reclamações de usuários
Ele lembra que é essencial que o consumidor leve em conta a real necessidade da compra e, ainda mais importante, se tem dinheiro para a aquisição. "Compre se tiver dinheiro, para não prejudicar o orçamento, se tiver precisando, e se tiver certeza de que o preço é promocional, imperdível", explica o coordenador do Procon.
Outro problema comum no dia da promoção são os
sites e e-mails falsos, que fingem ser lojas online, para roubar os dados do internauta. A orientação de Marcelo Barbosa é que se conheça a página em que vai compra, não abra mensagens não solicitadas e sempre digite o endereço do site. "Com isso se certifica que a página é a oficial. Verifique também a comprovação de segurança, o famoso cadeado que aparece no navegador", completa. Ele lembra que é preciso registrar (salvar ou imprimir) toda a compra, principalmente as telas que trazem o prazo de entrega. "Esse foi o principal problema da Black friday do ano passado: não entregar na data prometida. De acordo com o Código do Consumidor, se o produto não for entregue no prazo, é garantida a devolução do dinheiro", explica.
As datas e valores de entrega, aliás, são outra reclamação constante nas redes sociais. No Twitter, um usuário postou uma tela em que consta a simulação de compra de um edredom de R$ 44,97, para ser entregue em Olinda, Pernambuco, e que apresenta o custo do frete como R$ 171,09, e o prazo de envio de 25 dias úteis. "Eu, Marcelo Barbosa, recomendo a todos que forem comprar na Black Friday pensando em receber antes do Natal, que não o façam. Devido à grande demanda por produtos e à logística, as empresas não conseguirão cumprir com o trato", afirma o coordenador do Procon Assembleia.
Usuários do Twitter postam reclamações contra os preços 'maquiados' da promoção desta sexta-feira