Que tal ficar milionário aos 60 anos?
Pouca gente sabe, mas os planos de aposentadoria privada vão além de um rendimento extra: podem significar até a compra da casa própria
Os trabalhadores podem optar por duas formas de aposentadoria privada: PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). O primeiro, o PGBL, se diferencia do outro por ser direcionado a quem declara o Imposto de Renda (IR) de forma completa e quer contribuir com até 12% da renda bruta anual com a previdência complementar. Esse valor gasto pode ser debitado na hora de fazer o IR para a Receita Federal. No caso do VGBL, o Leão só abocanha sua parte quando o trabalhador for resgatar o benefício. Portanto, não pode ser deduzido da declaração anual.
"Nos fundos tradicionais, todo mês, o governo 'retira' um pouco do que está rendendo", lembra Gustavo Germando. O especialista faz questão de dizer que, no Brasil, a regulação e o controle dos planos de previdência suplementar são dos mais avançados do mundo. "Não existe nenhum fundo de previdência privada de alto risco. Ele tem uma 'vida própria', por isso é muito estável", completa.
Questionado sobre o risco de uma empresa seguradora falir e levar consigo o dinheiro dos investidores, ele brinca: "Acreditar nisso é como falar em 'cabeça de bacalhau'. Sabemos que existe, mas ninguém nunca viu". Germano explica que a Superintendência de Seguros Privados (Susep), vinculada ao Ministério da Fazenda, atua diretamente numa empresa que tenha indícios de que possa ter problemas financeiros, e transfere o fundo para outra instituição, ou mesmo passa a administrá-lo. "O fundo de previdência possui CNPJ diferente em relação à empresa responsável por ele. É como se cada investidor tivesse uma cota de uma empresa, que, no caso, é o póprio fundo", afirma o especialista da Icatu.
Ele conta que a Susep está analisando a implantação de uma melhoria na legislação vigente, e que está sendo intitulada "blindagem". Ou seja, qualquer coisa que venha a acontecer com a seguradora, por ser um CNPJ diferente, não afeta o fundo de investimento. "Hoje, já não acontece essa 'contaminação', mas uma ação judicial poderia mudar isso", diz Gustavo Germano.