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Saúde »

A inimiga dos hospitais

Superbactérias são extremamente perigosas, mas podem ser evitadas com atitudes simples por parte dos profissionais de medicina e da própria população

Marcelo Fraga - Publicação:30/12/2014 13:30Atualização:30/12/2014 13:16
No ano 2000, nos Estados Unidos, foi descoberta uma bactéria chamada Klebsiella pneumoniae carbapenemase, a KPC. O nome é complicado, e suas consequências são ainda piores. Tanto que foi rotulada como uma superbactéria, ou seja, uma mutação genética tornou a KPC extremamente resistente, mesmo contra antibióticos mais potentes. Ela também ajudou a aumentar a resistência de outras bactérias.

No Brasil, um dos casos mais recentes de ação da KPC foi relatado em janeiro deste ano, no Hospital Regional de Betim, que fica na região metropolitana de Belo Horizonte. Na ocasião, um laudo oficial do hospital apontou oito óbitos em decorrência da superbactéria. A situação foi tão grave que a internação de novos pacientes chegou a ser suspensa devido ao risco de um surto de infecções.

O problema é que a superbactéria ataca pacientes que estão com o organismo frágil, o que dificulta o tratamento. Para o médico infectologista Guenael Freire, o surgimento da KPC se deve à falta de critério na utilização de antibióticos. "É necessário um maior controle desses medicamentos. Cada hospital deve ter um direcionamento específico na administração de antibióticos. Não é recomendado combater bactérias simples com medicamentos potentes", explica. Ainda segundo o médico, cuidados simples, como a correta higiene das mãos e desinfecção de utensílios, ajudam a prevenir o contágio.

Freire explica que as superbactérias não causam prejuízo a pessoas saudáveis, mas para aqueles que têm algum tipo de enfermidade, elas encontram um ambiente propício que agrava as doenças existentes, ou leva a novos quadros infecciosos. "Nos hospitais, a probabilidade de infecção é muito maior, principalmente em pacientes que utilizam cateteres ou sondas", afirma.

A KPC passa por duas fases: a primeira é a colonização do indivíduo, e a segunda é a infecção, momento em que aparecem os sintomas. Por isso é importante que se tenha cuidados simples quando se visita alguém no hospital, como a higienização das mãos. Além disso, deve-se evitar tocar em outros pacientes ou equipamentos médicos, já que podem estar colonizados com a bactéria.
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