Deputados discutem fim da reeleição e criação de mandatos de cinco anos
Além disso, os parlamentares sugeriram a unificação das eleições, para acabar com a ocorrência de pleito a cada dois anos
Na hipótese sugerida pelo relator, prefeitos eleitos em 2012 poderiam concorrer em 2016 a um mandato de dois anos. Já os prefeitos eleitos em 2016, também para mandatos de dois anos, poderiam ser reeleitos em 2018 para mandatos de cinco anos. Vereadores concorreriam a mandatos de dois anos em 2014 e em 2016, e de cinco anos a partir de 2018.
"Não há mais condições de conviver com eleições de dois em dois anos", diz Castro. Segundo ele, os custos de campanha estão muito elevados, e os prefeitos alegam que não conseguem governar com eleições no modelo atual, devido à suspensão de convênios e transferências voluntárias, por força da legislação eleitoral.
O deputado Luciano Ducci (PSB-PR) foi um dos que se manifestaram contra a coincidência de mandatos. Ele também questionou a eventual realização de eleições gerais em um único dia e para todos os cargos, sugerindo pleito para os cargos do legislativo (vereador, deputado e senador) no segundo final de semana de setembro, e para os cargos do executivo (prefeito, governador e presidente) no primeiro e no último final de semana de outubro – neste último, quando houver necessidade de segundo turno.
Alguns deputados manifestaram preocupação com eventuais impactos da coincidência de eleições nos municípios. "A temática municipal é muito importante, e pode ser sugada pela temática nacional", afirma Chico Alencar (Psol-RJ), para quem a proposta de coincidência tende a fortalecer partidos nacionais, já que favoreceria a verticalização do voto.
Alencar também defendeu limitações para reeleições no legislativo, até no máximo três em cada nível (federal, estadual e municipal). A deputada Renata Abreu (PTN-SP) foi além e sugeriu a limitação, no legislativo, a uma única reeleição.
O presidente da comissão especial, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que os temas devem ser discutidos, mas ressaltou que o importante mesmo na reforma política é o sistema eleitoral e o financiamento de campanha.
(com Agência Câmara)