Você acha certo o ensino religioso nas escolas?
Em audiência realizada na Câmara dos Deputados, especialistas são favoráveis à neutralidade do ensino
De acordo com o professor de sociologia da Universidade de Brasília, Bráulio Porto de Matos, a doutrinação ideológica é "tão intrínseca nos cursos de pedagogia que nem é mais percebida pelos alunos da licenciatura, que, no futuro, se tornarão professores da educação básica".
Por sua vez, o deputado Izalci afirma que muitos pais reclamam que os professores ensinam suas próprias visões de mundo aos alunos, sob o pretexto de estarem transmitindo uma visão crítica da realidade.
Bráulio Porto de Matos criticou ainda o fato de o governo patrocinar "campanhas absurdas", como as máquinas de camisinha e as aulas de educação sexual, sem o consentimento dos pais.
Para o coordenador do Movimento Escola sem Partido, Miguel Nagib, a doutrinação ideológica é um abuso da liberdade de ensinar dada aos professores. "A sala de aula hoje é um local onde a Constituição Federal não tem valor", declara.
A presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, Amábile Pacios, apontou que a realidade de doutrinação ideológica nos colégios privados não é diferente da que ocorre nas instituições públicas. Segundo ela, muitos professores não sabem lecionar de outra forma. Amábile acrescentou que, nas faculdades particulares, estão sendo realizadas mudanças nos cursos de licenciatura, a fim de mudar essa realidade.
Liberdade
Também presente à audiência, Celso da Costa Franches, representante da Associação Nacional dos Centros Universitários, destacou que as liberdades política, ideológica e religiosa devem ser garantidas nas escolas em qualquer nível. Para ele, qualquer atuação que desrespeite esses pilares é "inconstitucional e deve ser punida".
(com Agência Câmara)