Até hoje, não existe diagnóstico para esquizofrenia e Mal de Alzheimer, mas, com a pesquisa chilena, será possível criar um exame específico para esses dois problemas
Cerca de 1% da população mundial sofre com a esquizofrenia, um transtorno mental que dissocia a ação do pensamento e que é caracterizado por alucinações. Outro problema atinge 40 milhões de pessoas em todo o mundo: o Mal de Alzheimer. Esses problemas causam sérios danos ao convívio social dos pacientes; não possuem um diagnóstico fácil; e acabam sendo detectadas quando já estão numa fase bem avançada. Mas, uma esperança acaba de ser divulgada: o Instituto de Neurociência Biomédica do Chile realizou uma pesquisa que pode resultar em exames específicos para essas duas doenças.
Os pesquisadores chilenos associaram os movimentos oculares ao surgimento da esquizofrenia e, somados à atividade cerebral, ao aparecimento do Mal de Alzheimer. "Descobrimos que os movimentos naturais dos olhos e o reflexo deles no cérebro são diferentes nos pacientes analisados. Com isso, chegamos a importantes biomarcadores para essas doenças", diz o médico Pedro Maldonado, que liderou o estudo, em coletiva de imprensa realizada no dia 28 de outubro.
Segundo o resultado da pesquisa, os pacientes que sofriam de esquizofrenia não olhavam para os lados, reduzindo bastante a exploração espacial feita pelos olhos. Já no caso dos que tinham Alzheimer, os cientistas encontraram uma "sensível diferença nos sinais elétricos gerados pelo cérebro quando os olhos produziam movimento, em comparação a indivíduos saudáveis".
A partir da análise dos dados, os pesquisadores chilenos esperam conseguir criar um teste que permita o diagnóstico precoce para esses dois problemas mentais que afetam não apenas os pacientes, e sim, toda a família.