Sentir aquela fraqueza depois de um longo dia de trabalho e deixar o exercício físico para depois devido ao cansaço é completamente normal, porém, quando a falta de motivação se torna um empecilho constante é hora de ficar atento. Muitas vezes associado a distúrbios psicológicos como stress e depressão, a sensação contínua de fadiga também pode estar ligada a fatores menos perceptíveis como carências nutricionais, sono inadequado, problemas hormonais, entre outros. Nestes casos, a falta de motivação pode atingir desde pessoas comuns a praticantes regulares de atividades físicas.
Quando a desmotivação atrapalha a rotina a ponto de prejudicar o desempenho nas atividades cotidianas e impedir a prática de exercícios físicos, é hora de procurar ajuda profissional para investigar o problema. Se você não costuma praticar exercícios mas está consciente dessa necessidade para melhorar sua saúde e mesmo assim arruma desculpas para adiar a prática, possivelmente lhe falta motivação, questão mais psicológica do que física. Porém, alguns fatores como obesidade, saúde e estilo de vida podem influenciar totalmente nessa questão: pessoas acima do peso costumam ter resistência física menor e acabam se cansando mais rapidamente durante a atividade física. Situações como hipertensão, diabetes e problemas hormonais, por exemplo, podem reduzir a capacidade do indivíduo em realizar grandes esforços, tornando os exercícios físicos mais árduos.
Sabia que a falta de nutrientes essenciais, que ajudam na geração de energia para o organismo, podem levar à fadiga e à desmotivação para prática de exercícios?
Para iniciantes é completamente normal que a prática de atividades físicas represente um desafio porém, para vencer o cansaço, é essencial que o indivíduo melhore seu condicionamento físico. Quando submetido à esforços constantes, o corpo desenvolve uma resistência e, gradativamente, o exercício que antes gerava exaustão vai se tornando uma atividade suportável.
A nutricionista Sinara Menezes, da Nature Center, explica que a alimentação faz parte de uma prática saudável de exercícios: "Como muitos praticantes de atividades físicas e frequentadores de academias são adeptos de dietas, alguns alimentos essenciais para produção de energia são negligenciados e podem afetar totalmente o desempenho durante a atividade e a posterior recuperação muscular. Alimentar-se adequadamente é a chave para vencer situações de fadiga e também para ter mais energia não somente para o exercício físico, mas para todas as atividades do dia".
A questão principal é que sem a oferta adequada de energia, a prática de exercícios se torna exaustiva. A alimentação balanceada, com o aporte de nutrientes vindos dos mais diversos grupos alimentares é fundamental para que o corpo melhore a resposta durante o exercício e a motivação em exercer a atividade.
A ingestão de carboidratos tem papel fundamental na oferta de energia: quando digeridos esses alimentos são armazenados na forma de glicogênio – molécula originária da glicose. O corpo mantem esse estoque de duas formas: por meio do glicogênio hepático (armazenado no fígado), para manter a oferta constante de glicose durante os intervalos entre as refeições; e o glicogênio muscular, responsável por fornecer energia imediata durante o exercício físico. Por isso a nutricionista alerta que privar-se desse tipo de alimento ou reduzir drasticamente sua oferta pode comprometer a força necessária para desempenhar atividades diversas. "Isso leva a situações adversas como perda de massa muscular e a consequente queda do metabolismo, momento em que o corpo reduz o ritmo das funções orgânicas para preservar a energia para as funções vitais", explica Sinara.
Confira os grupos de alimentos que devem fazer parte da dieta de quem pratica exercícios físicos:
Dica para manter a energia é comer alimentos ricos em vitaminas, proteína, sais minerais, termogênicos e que possuam gorduras boas
Energéticos: carboidratos complexos são os mais indicados, por liberarem glicose de forma mais controlada e são capazes de prolongar a oferta de energia no organismo. Massas integrais, arroz e cereais integrais, batata doce, grão de bico, feijão e lentilhas são bons exemplos
Gorduras boas: também classificada como um energético, a gordura merece uma atenção especial devido sua capacidade de beneficiar ou sabotar qualquer dieta, dependendo da quantidade ingerida. Para usá-la como aliada à saúde é preciso equilibrar o consumo, reduzindo a ingestão das saturadas e consumindo moderadamente as insaturadas. Boas fontes são, principalmente, de origem vegetal, como o abacate, amêndoas e nozes, além de óleos vegetais e azeites. Porém, peixes gordos como o salmão e o atum também fornecem esse nutriente de maneira saudável mesmo sendo de origem animal
Termogênicos: alimentos capazes de potencializar o processo de termogênese do organismo e acelerar o metabolismo, fornecendo mais vigor para prática de exercícios. Presentes em alimentos como a canela, gengibre, pimenta, chá verde e a cafeína, devem ser consumidos moderadamente, para não prejudicar o sono e não surtir efeitos colaterais
Proteínas animais: capazes de prover aminoácidos essenciais de forma mais completa, são importantes para construção de massa magra e de outros tecidos. Carnes magras como frango e cortes bovinos com pouca gordura, ovos, leite e seus derivados são opções saudáveis desse nutriente
Proteínas vegetais: apesar de oferecer uma quantidade menor de aminoácidos essenciais, alimentos como a soja, amendoim, ervilhas, tofu e lentilhas são alternativas vegetarianas para obtenção de proteínas
Sais minerais e vitaminas: carnes como o fígado e miúdos são excelentes fontes de diversos sais minerais e vitaminas, principalmente ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Esses nutrientes também podem ser encontrados no feijão, chia, quinua, brócolis, couve e oleaginosas
Fonte: Nature Center