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Será que engolir caroço e semente causa apendicite?

Especialista esclarece essa dúvida, que mais parece boato

Vinícius Andrade - Redação Publicação:09/09/2016 09:59
Dizem que a apendicite provoca uma das piores dores que o ser humano é capaz de suportar. Geralmente, o primeiro sintoma é um incômodo em volta do umbigo. A dor pode ser fraca no início, mas se torna cada vez mais aguda, podendo provocar náuseas, vômitos e febre. À medida que a inflamação no apêndice aumenta, a dor tende a se mover para baixo e à direita, bem perto do umbigo. Para se livrar de uma situação dessas, algumas pessoas evitam comer frutas e legumes com caroços e sementes, como uva, jabuticaba, tomate, pimentão, pepino e quiabo. Mas será que faz sentido?

De acordo com o Humberto Galizzi, presidente da Sociedade de Gastroenterologia e Nutrição de Minas Gerais, tal recomendação não tem veracidade. "Não existe nenhuma comprovação científica de que os caroços provocam apendicite. Isso é um mito", ressalta o gastroenterologista. As causas do problema ainda não são esclarecidas, mas a obstrução por gordura ou fezes e infecções causadas por vírus podem inflamar o apêndice.
Você costuma deixar de engolir os caroços das frutas, especialmente da uva e da jabuticaba, com medo de ter apendicite? (Pixabay)
Você costuma deixar de engolir os caroços das frutas, especialmente da uva e da jabuticaba, com medo de ter apendicite?

Esse órgão tão rejeitado auxilia na defesa do organismo, mas, segundo Galizzi, não faz falta para o funcionamento do corpo humano. Ao contrário do que muitos acreditam, o especialista afirma que o órgão não tem nenhuma relação com a digestão. "Sem ele [o apêndice], teríamos uma vida normal", enfatiza o gastroenterologista.

Tratamento

Quando ocorre a apendicite, o padrão mais adotado pelos médicos é retirar o apêndice inflamado por meio de cirurgia. Como não há utilidade comprovada para o órgão, não é necessário colocar outro no lugar. Se uma tomografia computadorizada mostrar acúmulo de pus no apêndice, o órgão pode ser removido depois que a infecção e a inflamação tiverem passado.
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