No sábado (22) é comemorado o Dia da Terra. Para celebrar a data, cientistas ao redor do planeta marcham para chamar a atenção da sociedade para os serviços que a comunidade científica presta para o mundo. Eles aproveitam a ocasião para pedir aos políticos que parem de propor projetos que não estejam baseados em evidências. A campanha, lançada nos Estados Unidos, é em reação à tentativa de Donald Trump, presidente do país, de passar decretos que vão contra as evidências científicas e o interesse em desmontar organizações científicas do governo estadunidense. A Marcha pela Ciência já ganhou adeptos por todo mundo, inclusive no Brasil. Estão confirmadas manifestações em mais de 500 cidades pelo mundo e pelo menos 20 cidades brasileiras, incluindo Brasília. Na capital federal, o evento acontece na Esplanada dos Ministérios, a partir das 14h. 

A convocação está acontecendo através de sites e/ou redes sociais. “Temos carência de políticas públicas e investimentos que favoreçam a pesquisa científica. Os estudos da comunidade científica trazem inúmeros benefícios à sociedade, da saúde pública à economia, passando pelo meio ambiente e novas tecnologias sustentáveis”, destaca Felipe Simões, aluno de graduação em Biologia pela Universidade de São Paulo e um dos organizadores do evento na capital paulista.

Em São Paulo, um dos objetivos é também lutar pela democratização dos estudos científicos, tornando-os mais acessíveis e abertos à comunidade. “As pessoas não se interessam pela ciência e parte disso se deve à falta de preparo dos próprios cientistas para lidar com a divulgação dos estudos de maneira fácil e objetiva. Por isso queremos também conscientizar a comunidade científica sobre a importância dessa parceria com a comunidade. A ciência deve ser inclusiva”, comenta Flávia Virginio Fonseca, aluna de doutorado do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. 

Mais de 100 cientistas do clima, que compareceram à conferência sobre ciência climática da Sociedade Meteorológica e Oceanográfica da Austrália (AMOS) em Melbourne, incluindo visitantes internacionais, organizaram um protesto, em 2016, expressando desaprovação da reestruturação e cortes nos programas de pesquisa do CSIRO

No Rio de Janeiro, a questão dos cortes orçamentários será o principal mote da marcha, onde os organizadores utilizarão tesouras de papelão para fazer um “tesouraço” denunciando e criticando os enormes cortes que ocorreram nos recursos para Ciência & Tecnologia no país e no estado, bem como em outras áreas: como educação, meio ambiente e cultura, por exemplo. “Precisamos  aproximar a sociedade da ciência, pois ela é utilizada para o bem comum”, conclui Flávia.

Além de Brasília, os eventos estão previstos para acontecer em Alto Araguaia, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Curitiba, Diamantina, Goiânia, Ilhéus, Itajubá, Manaus, Natal, Pato Branco, Petrolina, Petrópolis, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São, Carlos e São Paulo. No país, a marcha já conta com o apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Universidade de São Paulo (USP) e estão sendo organizadas localmente por cientistas e entusiastas da ciência e envolvem instituições de ponta em ciência e educação. 

SERVIÇO

MARCHA PELA CIÊNCIA - DIA DA TERRA

Data: 22/04/2017

Em Brasília

Local: Esplanada dos Ministérios

Horário: a partir das 14h

Link do evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1430375357014142/

Link do evento mundial: https://www.marchforscience.com/