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Tratamento contra infertilidade pode ser risco para câncer de mama

Isso porque certos tratamentos levam ao aumento da densidade mamária

Da redação com Assessorias - Redação Publicação:10/10/2017 16:12

Apesar de ser muito usada em tratamentos contra a infertilidade, a estimulação ovariana pode aumentar as chances de câncer de mama. Neste caso, devido aos medicamentos que induzem a produção dos hormônios estrógeno e progesterona. Um estudo realizado na Suécia comprovou que mulheres que estão em tratamento para engravidar podem ficar mais vulneráveis ao câncer de mama no futuro – ainda mais porque pode ocorrer o aumento da densidade mamária. De acordo com a coordenadora da pesquisa, Frida Lundberg, muitas pacientes que se submeteram a tratamentos de fertilização ainda estão abaixo da idade em que geralmente o câncer de mama é diagnosticado. Isso motivou a investigação que, pela primeira vez, estabeleceu uma correlação entre tratamentos de infertilidade e a densidade mamária.

 

"O problema das mamas densas é que, durante a mamografia, nem sempre os resultados são conclusivos. A composição mamária está relacionada às quantidades relativas de tecido adiposo [fica 'escuro' na mamografia] e fibroglandular [aparece 'branco' no exame]. Mas, nem sempre as imagens são claras o suficiente para não deixar dúvidas. Isto porque os tumores também são densos ['brancos'], dificultando a diferenciação entre os tecidos", comenta o radiologista Yoon Chang, do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo.

Estudo feito na Suécia revelou que tratamento à base de hormônios contra a infertilidade pode ser fator de risco para o câncer de mama, já que induz ao aumento da densidade mamária (Pixabay)
Estudo feito na Suécia revelou que tratamento à base de hormônios contra a infertilidade pode ser fator de risco para o câncer de mama, já que induz ao aumento da densidade mamária
 

Segundo o médico, os fatores mais relacionados à densidade mamária são: idade, índice de massa corporal (IMC), paridade (quantidade de filhos nascidos) e tempo de uso de terapia de reposição hormonal (TRH). O fator nuliparidade (nunca ter tido filhos) também é citado em alguns estudos. "Mulheres com mamas densas têm até cinco vezes mais chances de desenvolver câncer de mama em relação àquelas com baixa densidade mamária. Daí a importância de seguir à risca o calendário de mamografia anual. Além disso, é fundamental acrescentar informações sobre a densidade mamária no resultado do exame, melhorando o modelo de prevenção da doença", esclarece o radiologista.

 

Yoon Chang lembra que a ultrassonografia das mamas pode ser um ótimo complemento à mamografia tradicional. "Estudos demonstram que a precisão diagnóstica da combinação entre mamografia e ultrassonografia pode ser superior a 90%. A ultrassonografia também é fundamental nos casos em que a mamografia se mostra inconclusiva devido à presença de um nódulo. Como todo nódulo pode ter natureza cística, sólida ou ser uma combinação dos dois, esse tipo de informação somente é obtido através da ultrassonografia. Vale lembrar que, devido às particularidades do tecido mamário, a mamografia deve ser realizada sempre antes da ultrassonografia, a fim de se verificar os reais ganhos em termos de diagnóstico", afirma o médico.

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