Anvisa volta a alertar sobre riscos dos cigarros eletrônicos
A agência lembra que não existem estudos que comprovem a eficácia do e-cigarette para inibir o tabagismo
Muito comuns atualmente, especialmente entre os jovens, o cigarro eletrônico (e-cigarette) e o vaporizador surgiram como "ferramentas" para ajudar pessoas que desejam parar de fumar. O problema é que não existem estudos que comprovem a segurança na utilização desses produtos. Em julho de 2017, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu um documento de apoio da Associação Médica Brasileira (AMB) e de sociedades médicas pedido a proibição desses dispositivos eletrônicos no Brasil. Conforme a Anvisa, o texto aborda quão nocivo pode ser o uso do cigarro eletrônico para a saúde do usuário. Além disso, a AMB destaca, também, que o cigarro eletrônico acaba atraindo os usuários mais jovens, instigando ao hábito de fumar.
"A alegação de trazer menos risco à saúde transmite a falsa sensação de segurança e pode induzir não fumantes a aderirem ao cigarro eletrônico. Os e-cigarettes também não têm comprovação de que promova a sensação de uso dos cigarros convencionais. Isso faz com que algumas pessoas façam o uso 'dual', ou seja, usam o cigarro eletrônico, mas não param de usar o cigarro convencional", informa a Anvisa em matéria divulgada em seu site oficial.
Um estudo feito pela faculdade de Medicina da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, indica que o cigarro eletrônico poderia aumentar o risco de danos ao coração, pulmões e bexiga. Porém, os resultados não podem ser considerados conclusivos, já que esse tipo de investigação precisa de anos de análises. "Da mesma forma, as evidências de que o uso do produto reduz os riscos para os fumantes ainda não estão claras e não há certeza dos benefícios e riscos da substituição do cigarro tradicional pelo uso de vaporizadores", completa a Vigilância Sanitária.
Proibição
Em 2016, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer José de Alencar (Inca), em parceria com a Organização Panamericana da Saúde (Opas) e a Anvisa concluiu que há falta de evidências científicas em relação à segurança do e-cigarette e do vaporizador.
Vale dizer que, no Brasil, esse tipo de produto está proibido desde 2009, quando a Anvisa publicou a resolução RDC 46/2009. A norma traz as seguintes proibições: "Fica proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos como cigarros eletrônicos, e-cigaretes, e-ciggy, ecigar, entre outros, especialmente os que aleguem substituição de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e similares no hábito de fumar ou objetivem alternativa ao tratamento do tabagismo".
É sabido que os produtos derivados do tabaco, como o cigarro convencional, são extremamente nocivos à saúde. Porém, a Anvisa esclarece que, pelo tempo em que vem sendo usado pela população e por ter respaldo da legislação brasileira, o cigarro não pode ser banido pela agência. Entretanto, a agência vem tomando providências sanitárias para informar sobre os malefícios do produto para a população.
Em 1989, conforme dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, o percentual de fumantes no Brasil era de 34,8%. De acordo com a Anvisa, esse índice caiu ao longo dos anos, devido ao combate ao tabagismo. "Em 2016, o percentual de fumantes no Brasil foi de 10,2%, segundo a Vigitel 2016. Em cumprimento à Convenção Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde, ações são desenvolvidas para que o número de fumantes no Brasil continue em queda", completa a notícia do site da Vigilância Sanitária.
(com Ascom da Anvisa)