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Artes plásticas »

Ditadura na tela

Painel de Elifas Andreato é inaugurado na Câmara dos Deputados

Gabriel Palma - Agência Brasil - Redação Publicação:06/12/2012 16:22Atualização:06/12/2012 16:26
Obra de Elifas Andreato retrata o sofrimento dos torturados (Divulgação)
Obra de Elifas Andreato retrata o sofrimento dos torturados
O artista plástico paranaense radicado em São Paulo, Elifas Andreato, inaugura um painel sobre a tortura na ditadura militar, chamado A Verdade Ainda que Tardia, que fica exposto no corredor de acesso ao plenário da Câmara dos Deputados. A obra faz parte da exposição Parlamento Mutilado: Deputados Federais Cassados pela Ditadura de 1964,  que homenageia os 173 deputados que tiveram seus mandatos cassados no período.

A obra tem 5,5 m de comprimento e 1,70 m de altura, e levou três meses e meio para ser concluído. O artista, que trabalhou 15 horas por dia, considerou “o tempo curto para uma obra tão grande”. Esse processo foi registrado em um documentário feito pelo próprio autor.

Após participar de encontros que investigaram a Operação Condor, uma aliança político-militar entre o Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile, a Argentina e Bolívia, criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores das ditaduras militares desses países, Andreato recebeu a encomenda da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, que tem o objetivo de investigar violações de direitos humanos por agentes do Estado brasileiro entre os anos 1946 e 1988. O painel é uma doação para a comissão e ficará na Câmara após o encerramento da mostra, no dia 14 de dezembro.

Para pintar o painel, Andreato - que fez parte da geração que lutou contra o regime, foi preso e teve problemas ao fazer jornalismo e artes gráficas - passou a estudar as práticas de tortura. “As revelações foram muito impressionantes para mim. Opondo-me ao regime, eu tinha quase certeza de que conhecia todos os métodos de tortura implantados pela Agência Central de Inteligência (CIA) americana e pelas polícias inglesa e israelense, mas, lendo e ouvindo relatos, descobri que desconhecia coisas aterradoras. Eram suplícios além daquilo que eu podia imaginar”, disse Andreato.
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