Herculano, vivido pelo ator João Campos, seria apenas mais um que vive o cotidiano de uma grande cidade, com suas dificuldades e contentamentos, não fosse pelos seus pontos de vista bem particulares, seu senso crítico apurado e suas reações, muitas vezes incomuns e espontâneas. As reflexões e os questionamentos aos episódios corriqueiros do dia-a-dia que este personagem, demasiadamente urbano, divide com a plateia são um convite claro e direto a participar de suas experiências, vividas com indignação, humor, receio e até entusiasmo.

Herculano, Demasiado Urbano é uma provocação ao senso crítico comum “com pitadas que recheiam o espetáculo de humor e ironia”, diz o diretor e autor, Tiago Gomes, que traz em seu texto passagens por temas muitas vezes conturbados como orientação sexual, liberdade de expressão e hipocrisia. A peça tem a proposta de fazer com que o público se veja em diversas situações vividas por Herculano e “experimente, através de suas histórias, reações que pessoas menos ousadas jamais teriam”, comenta o autor.
 
O título é uma paródia do famoso livro de aforismos “Humano, demasiado Humano”, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, porém, “a peça não tem pretensões de explorar áreas da filosofia, mas ela surge com uma proposta bastante similar à função básica da filosofia: desbanalizar o banal”, explica Tiago.

 

Tiago Gomes - Compositor, músico e artista gráfico, desde cedo esteve envolvido com a Arte. Começou no Teatro com as oficinas dos irmãos Deto e Oswaldo Montenegro em montagens musicais. Foi membro fundador da companhia de comédia Anônimos da Silva. Premiado em concurso de poesia da UCB com o texto “Soneto ao verso livre”. Dono de um extenso acervo de composições musicais, agora Tiago se dedica também à dramaturgia.

João Campos - Trabalha como ator no cinema, TV e teatro desde 2004. A diversificada formação inclui cursos de cinema com os preparadores de elenco Sérgio Penna e Fátima Toledo, de teatro com a diretora Luciana Martuchelli e de dança com os bailarinos Giovane Aguiar e Luciana Lara. No teatro atuou em mais de 15 espetáculos, com destaque para a peça A Falecida, de Nelson Rodrigues, da Companhia Novos Candangos, que concluiu recentemente mais uma turnê nacional. A experiência no cinema inclui atuações em 16 produções, com destaque para os longas-metragens Faroeste Caboclo, do diretor René Sampaio, e Os Fins e os Meios, de Murilo Salles.

Serviço:

Local: Teatro Goldoni (208/209 Sul, Ed. Casa d’Itália)
Dias e horários: 9, 10, 16 e 17 de agosto. Sábado, às 21h, e domingo, às 20h
Ingressos: R$ 15,00 (meia para estudantes e pessoas com mais de 60 anos)
Informações: (61) 3244 3333 ou (61) 8112 4716