Exposição inédita de Renata Padovan, em cartaz até o dia 7 de setembro na Galeria Vitrine, traz 21 fotos, vídeo projeção e instalação sonora resultado de uma residência artística na Finlândia em 2012. As obras, que dialogam entre si, exibem traços do intrigante e surpreendente trabalho da artista paulista. A reunião de obras visuais e sonora em uma única mostra se dá em sequência às recentes pesquisas de Padovan e investigam a incidência do tempo sobre a efemeridade das paisagens.

Compõe a exposição sete fotos em grande ampliação e 14 fotos em pequenas, uma instalação sonora e uma projeção de vídeo. Brasília foi a cidade escolhida pela artista para receber este conjunto de obras, que resultam em uma mostra ainda inédita do trabalho realizado durante sua residência artística no país nórdico.

Observando as fotos de longe, vê-se uma composição abstrata, com faixas horizontais. Ao se aproximar, o expectador nota pequenos frames de fotos, uma sequência de clicks feitos em um mesmo lugar, de um mesmo ângulo, porém, com variações de luz que produzem diferenças cromáticas. Em baixo de cada um dos frames, como um rodapé ou legenda, lê-se a data e a hora em que cada um deles foi registrado, numa sequencia que vai do anoitecer ao amanhecer.

Cada obra grande é composta por uma sequência de 435 frames, dando origem a uma foto final abstrata, como num mosaico. Já os quadros de pequeno formato são os frames ampliados, lado a lado, um mesmo recorte de câmera sobre uma mesma paisagem, um captado ao anoitecer e o outro ao amanhecer.

Na série de vídeos, imagens registradas em um intervalo de tempo são projetadas uma após a outra numa sequencia real. Os sete vídeos, de 30 segundos cada, são projetados initerruptamente compondo um só, contextualizando o trabalho e evidenciando as mudanças de luz, a exemplo do que ocorre nas sete imagens em grande ampliação.

O conjunto dos frames, vídeos e fotos, forma um mapa das variações de luz e das condições atmosféricas, das interferências da passagem do dia na paisagem. A surpresa é a impressionante variação de imagens de uma mesma paisagem, num mesmo dia, sob um mesmo ângulo.

Os quadros pequenos são fotos ampliadas,
uma captada à noite e o outra de manhã

O trabalho sonoro “Sinfonia nº 1 para torneira e leiteira” entra como uma trilha da exposição. A gravação do som da água, caindo numa leiteira, foi captado de debaixo d’água por um hidrofone. Ao aumentar e diminuir o fluxo da torneira criou-se uma cadência sonora, que ora marca o tempo de forma rítmica, ora cria um turbilhão sonoro que quebra a sequência temporal esperada.

 

Serviço:

Um Dia Depois do Outro, de Renata Padovan

Local: CAIXA Cultural Brasília – Galeria Vitrine – SBS Qd. 4 Lote 3/4, Ed. Anexo à Matriz da CAIXA

Visitação: até 7 de setembro de 2014. De terça a domingo, das 9h às 21h.

Entrada franca e livre para todos os públicos

Informações 61 3206 9448 ou 3206 9449 | caixacultural.df@caixa.gov.br