Obras trazem a sensualidade e efemeridade da imagem nos dias atuais
A salvação de uma vida extenuante veio através da arte. Parece distante, porém foi exatamente o que aconteceu com Loreni Schenkel, nascida em Santa Rosa e descendente de família alemã. A sulista teve pouco contato com a pintura e a escultura, até sua mudança para Florianópolis. Tendo que cuidar de filhos, dinheiro e da própria vida, Loreni encontrou nos cursos artísticos a redenção que precisava.
Quando chegou à Brasília, a artista pôde entrar em contato com Ângela Brito, na Oficina de Arte da 104 Norte. A partir daí, nunca mais largou o ofício: teve aulas de pintura e escultura com o artista Lourenço do Bem e acaba de formar-se em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília.
"Transmutação" expõe a visão de Loreni sobre as características das relações atuais, tão efêmeras e descartáveis. Com pinturas que prezam a descaracterização das figuras, pintadas desconexamente, a arte da sulista traz uma questão mais sensual e ao mesmo tempo, sensível. Segundo Loreni, seu processo criativo consiste em “experimentar a criatividade que surge quando permitimos os erros e partimos para dentro de nosso universo" , diz " Há uma força intrínseca dentro de nosso inconsciente que não acessamos, é como mergulhar em águas escuras e encontrar grandes tesouros, porém será necessário ter nossos aliados de poder ao nosso lado e também enfrentarmos as feras que habitam esse espaço. É não ter medo do fazer. É estar aberto a entrega total para novas experiências”. E conclui: Quero reimprimir uma nova leitura das imagens, tão rapidamente descartadas no mundo de hoje”.