Alexandre Loyola, criador de Allice Bombom, conta sua história em documentário produzido por Fernanda Carvalho
Allice Bombom não precisa de apresentações. Há mais de 20 anos nas noites de Brasília, uma das drags mais queridas da cidade surge com várias facetas no documentário “ALLICE”, com direção de Fernanda Carvalho. A peça cinematográfica vai além do brilho e do glamour de Allice: também traz a faceta de Alexandre Loyola, criador e quem dá vida à persona. O que começou como uma identificação com as figuras que via nos concurso de transformistas- promovidos por Sílvio Santos- acabou virando a paixão de Alexandre. Mas qual é a linha que separa ator e personagem?
A ideia de fazer um filme surgiu de um encontro entre Loyola e Fernanda, que já havia produzido mais de 40 peças publicitárias e também ansiava por uma produção que fosse sua. Entre bate-papos e mensagens, surgiu a iniciativa de produzir um curta que mostrasse não somente a personagem feliz, cheia de brilho e carismática, mas também seus sofrimentos, emoções e sensibilidade e, principalmente, o ator por trás de tudo. “A ideia era trazer a Allice Bombom real, não aquela que o Alexandre queria mostrar”, conta Fernanda.
O filme mostra não apenas a drag, mas também o lado do ator por trás da persona
A partir daí, começou a produção de um filme totalmente independente, que contou com o amor e carinho de uma grande equipe de produção. Contando com o apoio do Cine Brasília, o documentário passou a ser gravado nos palcos do Teatro Dulcina, não somente pela praticidade do local e da pauta, mas também por um ato simbólico. “A arte do Teatro, para mim, é a primeira arte. A escolha de gravar num palco é interessante, pois há essa questão do ator que busca o seu personagem. Não existiria um melhor lugar para contar a história de persona e criador”, conta a diretora.
Durante três intensos dias, as cenas do filme foram gravadas, trazendo todas as facetas de Allice Bombom e de Alexandre “Foi um processo muito cansativo, mas também prazeroso. Eu vivi algumas emoções ímpares, é totalmente diferente de qualquer coisa que passei nesses 20 anos de carreira”. Segundo Fernanda, é importante humanizar a imagem do artista em questão e possibilitar que o documentário toque as pessoas de uma maneira positiva. “Foi um processo muito intenso. O primeiro filme de forma totalmente autoral certamente é inesquecível para todo mundo”, comentou. “Acho que a grande mágica é você fazer uma coisa que cada um vai sentir de um jeito”, concluiu.
No dia 15, data marcada para a estreia do filme, haverá apresentações de drag queens e a distribuição, claro, de bombons para os convidados. Uma boa opção para descobrir e se emocionar.