A meta do Ministério da Saúde é que as indústrias brasileiras promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal dos produtos até 2020
O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) informam que o acordo de redução de sódio em alimentos processados já possibilitou a retirada de 14.893 toneladas dos produtos alimentícios. A meta é que as indústrias promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal das prateleiras até 2020. Os dados são resultados das três primeiras fases do acordo, que foi iniciado em 2011.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, diz que esse é um resultado positivo e destaca o trabalho de desenvolvimento e pesquisa da indústria de alimentos. "O Brasil é referência mundial nesse programa de redução de sódio na alimentação. Daí a importância da pesquisa, desenvolvimento e investimento da indústria nesses insumos que vão substituir o sal e que produzem os resultados positivos", diz o ministro.
Segundo o presidente da Abia, Edmundo Klotz, retirar o sal é muito mais complicado do que parece, já que, além de realçar o sabor, o cloreto de sódio é um antioxidante natural, que faz prolongar a vida dos alimentos. "Só que ele tem consequências para a saúde, então, é preciso achar um substituto. Tivemos a demonstração daquilo que pode acontecer quando o governo abre as portas para encontrar soluções em comum com o setor privado", comenta Klotz, destacando o sucesso do acordo.
Na terceira etapa do processo, a maior redução de sódio foi observada nos temperos, com queda de 16,35%, seguida pela margarina com 7,12%. Outras categorias também registraram queda: cereais matinais, 5,2%; caldos e cubos em pó, 4,9%; temperos em pasta, 1,77%; e tempero para arroz, 6,03%. Caldos líquidos e em gel são a única categoria que teve aumento na concentração de sódio, chegando a 8,84%.
O volume total de sódio reduzido dos alimentos na três etapas, corresponde, segundo o ministério, a 3,7 mil caminhões de 10 toneladas carregados de sal; alinhados, eles preencheriam 52 km de estradas.
Redução em etapasA primeira etapa do acordo, assinado em abril de 2011, estabelecia metas nacionais de redução de sódio em massas instantâneas, pães de forma e bisnaguinhas. Os resultados mostraram que 1.859 toneladas de sal foram retiradas desses alimentos nessa fase.
Em outubro de 2011, a retirada de sal foi acertada para batatas fritas, salgadinhos, bolos e misturas para bolos, maionese e biscoitos, com redução total de 5.793 toneladas. Os resultados da terceira etapa do acordo, assinado em agosto de 2012, que previa a redução de sódio em temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais até 2015, mostraram redução de 7.241 toneladas de sal nos alimentos.
A quarta fase, assinada em novembro de 2013, estabelece redução de sódio em empanados, queijo mussarela, sopas, requeijão cremoso, hambúrguer e embutidos, como linguiças e salsicha. Os resultados dessa etapa deverão ser apresentados até o fim deste ano. Segundo o ministério da Saúde, as metas são progressivas e já está em discussão a renovação das metas da primeira etapa.