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EXPOSIÇÃO »

Não há muro, há arte

O CCBB traz a exposição "Zeitgeist - A Arte da Nova Berlim" que destaca a nova geração de artistas radicados na capital alemã

Da redação com Assessorias - Redação Publicação:26/07/2016 12:31
Começa nesta quinta-feira (27/07) a exposição "Zeitgeist - Arte na Nova Berlim", no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Depois de passar por Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a produção chega à Brasília destacando a nova geração de artistas radicados em Berlim, capital da Alemanha. A mostra reúne um panorama consistente do movimento que começou no fim da Guerra Fria. Uma palestra com Sven Marquardt - o mais popular host do famoso Berghain, clube underground de música techno de Berlim - e com o curador da exposição Alfons Hug está agendada para segunda-feira, dia 01 de agosto.

O mosaico da exposição "Zeitgeist" aproxima o público brasileiro da realidade artística e cultural de uma Berlim contraditória e fascinante, plural e diversa, que desconhece limites quando se trata de pensar, viver a arte e se reinventar. Através da pintura, fotografia, vídeo-arte, performance, instalações e a cultura dos famosos clubes berlinenses; os brasilienses terão a oportunidade de ver características que reinventaram a cidade através do olhar de 29 artistas.

Nos dias 19 de agosto, 16 de setembro e 12 de outubro, Djs e Vjs  representarão as tradicionais festas dos clubes berlinenses, que tiveram um papel importante no mundo das artes de Berlim.
Sala Clube Berlim (Janaina Miranda/Estúdio Alecrim/Divulgação)
Sala Clube Berlim

Caminhos conceituais

Marcada por duas guerras mundiais e dividida por um muro durante quase três décadas, a capital da Alemanha se reergueu das cinzas. Esse momento serviu como base para a criação de conceitos que deram início ao movimento. O curador da exposição Alfons Hug indica seis caminhos que podem ser percorridos na mostra.

- A ruína como categoria estética: os artistas Cyprien Gaillard (vídeo); Frank Thiel e Thomas Florschuetz (fotografias de grande formato); e Tobias Zielony (projeção de sete mil fotografias individuais) exploram o sentido de beleza entre marcas de destruição, abandono, deterioração e devastação humana.

- Eterna construção e demolição: remete a fúria construtiva que deseja apagar o passado e a melancolia associada ao abandono de muitas construções e espaços em ruínas. Artistas como a dupla Julius von Bismarck e Julian Charrière, Kitty Kraus, Thomas Rentmeister, e o brasileiro Marcellvs L criam novas possibilidades para tratar essa tensão aparentemente eterna.

- Tempo que corre e tempo estagnado:
aborda questões que transitam entre tempo-espaço e tempo próprio, aceleração e estagnação, presente e futuro. Artistas como Mark Formanek e Michael Wesely focam nesses dilemas e nas diferentes noções de tempo na terra dividida.
Obras de Michael Wesely (Eduardo Eckenfels/Divulgação)
Obras de Michael Wesely

- Hedonismo cruel: nesse segmento se debruçam as fotografias que compõem a sombria série Kubus, de Friederike von Rauch e Martin Eberle; e as instalações de Marc Brandenburg, criadas a partir de motivos extraídos do cotidiano da área e da vida nos clubs. Os vídeos de Julian Rosefeldt e Reynold Reynolds, ambientados nos anos 20 e 30, resgatam as lendárias noites de Berlim, que na época já tinha a fama de "babel dos Pecados".  A sala "Clube Berlim" reúne o som eletrônico de sete DJs de Berlim e uma instalação visual/sonora com fotografias de Sven Marquardt e música de Marcel Dettmann.

- Novos mapas e os outros modernos:
investiga o redesenho da cartografia da cidade e da própria Alemanha, assim como suas relações com o resto do mundo após a queda do Muro, a partir do ponto de vista de uma arte que prefere se manifestar em terreno irregular, esburacado e incompleto. A nova Berlim se distancia do eurocentrismo e fertiliza uma arte plural, que reconhece e abarca a diversidade do mundo. Nesse panorama se insere o vídeo A caça, de Christian Jankowski, que incorpora novos elementos a uma visão diferenciada da arte.

- O vazio e o provisório:
uma tentativa de elaboração das formas criativas, espontâneas e muitas vezes ilegais de ocupação dos grandes espaços baldios ou semidestruídos que o pós-guerra gerou na cidade. A grande quantidade de usos temporários que foram ocorrendo acabou se mostrando benéfica para a cena cultural, pois onde não há nada tudo é possível.

A pintura de Thomas Scheibitz mescla formas duras e estruturas claras com elementos flexíveis em ousadas colorações. Franz Ackermann, por sua vez, transforma mapas, anotações e cadernos de viagens em grandes pinturas a óleo. A melancolia de Sergej Jensen espalha tons de cinza e marrom sobre restos de tecidos puídos e simples panos de saco, usados como base para as pinturas. Norbert Bisky é influenciado por uma variedade de referências, desde imagens de heróis e realismo socialista até mitologia, religião e cotidiano, como na pop art.
'Le Vele di Scampia' do artista Tobias Zielony (Eduardo Eckenfels/Divulgação)
"Le Vele di Scampia" do artista Tobias Zielony
 
SERVIÇO
"Zeitgeist: Arte da Nova Berlim" - Coletiva que reúne obras de 29 artistas da recente cena berlinense

Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília - SCES, Trecho 02, lote 22
Tel.: (61) 3108-7600
Data: 27 de julho a 12 de outubro, de quarta a segunda
Horário: das 9h às 21h
Entrada gratuita
Classificação indicativa: livre

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

Performance Standard Time
30 e 31/07 (sábado e domingo)
das 9h às 21h

Palestra com o curador Alfons Hug e o artista Sven Marquardt

01/08 (segunda-feira)
às 20h no Teatro 1. Retirada de senhas na bilheteria a partir das 19h.

Festa 1
19/08 (sexta-feira), de 21h às 3h
DJ, VJ, performance Standard Time do artista Mark Formanek e a performance Temporary Tattoo do artista Marc Branderburg

Festa 2

16/09 (sexta-feira) 21h às 3h
DJ, VJ, Maurício Ianês com sua performance Nãonão e a coletiva CÃO, uma apresentação com música eletrônica e Maikon K com a performance DNA de DAN

Festa 3
12/10 (quarta-feira- feriado), de 21h às 3h
DJ, VJ, performance Standard Time, além de estrutura de foodtrucks com comidas e bebidas alemãs.

Curadoria: Alfons Hug
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Apoio Institucional: Goethe-Institut e Embaixada da Alemanha
Produção: Madai Produções
 
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