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Musical narra a história da migração de trabalhadores do sertão nordestino para Brasília

Espetáculo acontece dia 19 e 20 de agosto no Complexo Cultural da Funarte. Ingressos custam R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira)

Da redação com Assessorias - Redação Publicação:14/08/2017 10:48

A migração de trabalhadores do sertão nordestino para Brasília, no período de construção da Capital Federal, nos anos 50. Esse é o pano de fundo de Agreste, musical autoral de artistas brasilienses, que estreia no mês de agosto, na cidade, e que retrata a saga de inúmeras famílias que se mudaram para o Centro-Oeste do país, em busca de felicidade e melhores condições de vida.

 

O espetáculo, que mistura atuação, canto e dança, é uma obra inédita. Sua trilha sonora busca na música popular brasileira a inspiração para compor a sonoridade que narra a história do êxodo sertanejo em busca de oportunidades, resgatando a riqueza de suas crenças e da sua cultura. As canções escolhidas são de compositores nordestinos famosos, como Dominguinhos, Djavan, Geraldo Vandré, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

 (Fernanda Resende/Divulgação)
 

Ao todo são 30 pessoas entre atores, músicos e produção. Agreste segue para seu último final de semana no teatro da Funarte, após passar pelas cidades de Taguatinga e Ceilândia. “O espetáculo Agreste foi criado para abordar com leveza e poesia o tema da migração em paralelo com a inerente busca do ser humano às realizações, conquistas e definições do que é felicidade. A intenção é mostrar ao público de Brasília um pouco da música, da cultura e da tradição nordestina, como um resgate da nossa própria história, aliada à linguagem do teatro musical”, explica Thais Uessugui, diretora do musical.

 

Agreste, produzido pelo Empório Cultural - Centro de Artes Integradas, de Brasília, com apoio do FAC - Fundo de Apoio à Cultura, traz um conceito visual e musical diferenciado dentro do gênero teatro musical. É pioneiro no cenário nacional ao abordar o tema da migração nordestina e suas consequências na vida das pessoas afetadas pela seca. “Agreste não só representa a figura do retirante, mas também de sua cultura, presente na trilha sonora do musical e na concepção visual dos cenários e figurinos. É o sertanejo em seu ambiente, adornado de sua identidade visual e musical”, afirma Uessugui.

 

Sendo Brasília um destino comum aos imigrantes sertanejos na década de 50, a produção não só dialoga com, mas representa uma grande parcela de candangos e sua jornada à nova capital. A seca, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais. A falta de água dificulta o desenvolvimento da agricultura e da criação de animais, gerando fome e miséria no sertão nordestino, a causa da migração que acontece desde o Brasil Império.

 

A Capital Federal é reconhecida no mercado artístico por exportar talentos para as grandes produções de teatro musical do eixo Rio–São Paulo. Segundo Thaís, esse projeto visa também criar oportunidades para os atores que se especializaram no gênero, de seguirem carreira na cidade, sem a necessidade de se mudar, e de desenvolver competências em produção de musicais (direção, coreografia, figurinos). “Esse é um espetáculo em Brasília, de Brasília, para Brasília. Queremos firmar nossa cidade como geradora e produtora de eventos desta natureza e enriquecer o cenário cultural e artístico da capital do país com um espetáculo de teatro musical, de alta qualidade, totalmente escrito e produzido por artistas da cidade”, afirma.

 (Fernanda Resende/Divulgação )
 

História

Agreste narra a dura jornada dos Cavalcanti, uma das muitas famílias de retirantes nordestinos, que imbuídos da pulsão da sobrevivência, abandonam seus lares, sua terra, sua cultura e o seu sertão para arriscar a sorte no Centro-Oeste do país.

 

Pedro Cavalcanti, o filho mais velho da família, junto de seu avô Jesuíno, incentivam a família a pegar a estrada rumo à nova Capital. A busca pela felicidade os move a seguir e enfrentar adversidades maiores do que eles imaginavam, como uma morte repentina, o abandono da família, o preconceito por ser “paraíba” na cidade grande, e o distanciamento dos próprios valores em busca da sobrevivência.

 

Sozinho, Pedro conquista o que tanto sonhou, mas a um preço muito alto. “A história mostra que ele passa metade da vida lutando para sobreviver e quando consegue alcançar o que tanto sonhou, descobre que por dentro estava tão “seco” que nem o sertão em agosto”, revela Thaís.

 

SERVIÇO

Musical Agreste

Data: 19 e 20 de agosto

Horário: 20h (sábado)/ 19h (domingo)

Local: Funarte

Entrada: R$ 20 / R$ 10. Meia-entrada com 1kg de alimento.

Informações (61) 3264-6257

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