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Fartura: "Festival compõe todas as regiões do Brasil", diz curadora do evento

Durante coletiva de imprensa, Luiza Fecarotta, curadora do Fartura, explicou como funciona a plataforma, festival e expedições pelo país

Julyerme Darverson - Publicação:22/03/2019 18:54Atualização:22/03/2019 19:11

Festival Fartura – Comidas do Brasil chega a Brasília já enorme. O evento traz na bagagem o conhecimento sobre a gastronomia brasileira e uma experiência de 5 anos por outras capitais do Brasil, além de uma edição em Lisboa, Portugal, e as viagens pelo interior do país durante o ano. "Além de ser um evento, o Fartura é uma plataforma de gastronomia, um espaço que conjuga muita pesquisa, muitas viagens e muito desenvolvimento econômico do setor. São iniciativas que tentamos espalhar ao longo do ano", explica a curadora do Fartura - Comidas do Brasil, Luiza Fecarotta.

 

A capital federal marca a chegada do festival ao Centro-Oeste. “Estar em Brasília é uma novidade. Finalmente conseguimos compor todas as regiões do Brasil. Para nós, é mais uma etapa cumprida”, comenta. A curadora conta como funciona um pouco o processo de escolha e inspiração para a organização do evento, que vai sendo traçado ao longo do ano, junto com as expedições Fartura. “O eixo do Fartura são as expedições, que são viagens que fazemos regularmente, há 8 anos, pelo Brasil inteiro, onde fazemos uma pesquisa em campo para tentar identificar os personagens da nossa gastronomia: muitas vezes anônimos, não só os chefs badalados”, destaca Luiza.

 

Segundo Luiza, o trabalho em resgatar, conhecer e valorizar a gastronomia brasileira é importante para que o mundo, e também os próprios brasileiros, consigam experimentar novos sabores à mesa, conhecendo toda a sua diversidade de ingredientes. “O Brasil é visto, hoje, por causa da Amazônia, como uma das próximas grandes potências mundiais de ingredientes, ao lado da China. O Fartura tem essa missão de fazer esse registro histórico e de criar esses caminhos para que a nossa cozinha brasileira siga em frente”, enfatiza. Para ela, isso também ajuda a preservar nosso bioma. “Como vamos proteger a Amazônia? Eu entendo que a gastronomia também é uma força de conservação da Amazônia e de outros importantes biomas brasileiros”, ressalta a curadora.

Luiza Fecarotta, curadora do Fartura: 'O Fartura tem essa missão de fazer esse registro histórico e de criar esses caminhos para que a nossa cozinha brasileira siga em frente' (Davilym Dourado/Divulgação)
Luiza Fecarotta, curadora do Fartura: "O Fartura tem essa missão de fazer esse registro histórico e de criar esses caminhos para que a nossa cozinha brasileira siga em frente"
 

Porém, ela acha que poderíamos conhecer ainda mais sobre a culinária do nosso próprio país, que por conta de questões que precisam ser repensadas, além de precisar receber mais incentivo, ainda travam esse progresso. Mas, para ela, o Fartura é uma das ferramentas que contribuem para que isso venha mudando ao longo dos últimos anos. “Temos um trabalho de pensar nos paralelos, porque o ingrediente brasileiro não circula no Brasil. Existe uma questão de logística, burocrática, sanitária, de grana também, pois são muitos produtores que ainda estão isolados. Então, com o Fartura, temos uma preciosidade histórica nesse trabalho que é bem satisfatória”, relata Luiza.

 

Nos eventos, a intenção é que todas as regiões estejam representadas, por meio de chefs, cozinheiros, ingredientes, produtos e produtores. “A ideia é que a gente sempre proporcione uma amostra do Brasil. Você sempre vai comer uma comida que você nunca comeu, sempre vai provar uma nova textura e conhecer os diferentes pratos brasileiros”, frisa a curadora. Em cada praça, além de mostrar o Brasil inteiro, o Fartura quer fazer uma valorização do que há de melhor no local. “Em Brasília, de maneira geral, por exemplo, não é um costume usar produtos do Cerrado. Então, queremos valorizar esses ingredientes da região, vendo como vai ser viável o consumo, venda e produção disso, além de trazer essas grandes discussões ao redor do tema”, realça Luiza.

 

Além disso, o objetivo é buscar informações para saber a origem das receitas e resgatar culturas antigas de preparo dos alimentos. “A edição de Lisboa surgiu um pouco disso, porque queríamos ir às nossas origens. Queríamos entender até que ponto Portugal influência a cozinha brasileira. Mas também levamos o Brasil para lá. É sempre bom ter esse intercâmbio”, afirma.

Na foto, edição do Fartura em Belo Horizonte (MG). Evento acontece pela primeira vez em Brasília  (Nereu Jr/Divulgação )
Na foto, edição do Fartura em Belo Horizonte (MG). Evento acontece pela primeira vez em Brasília
 

Outra dinâmica muito adotada pelo festival é o intercâmbio entre chef, produtores e consumidores. Luiza explica que a ação já vem acontecendo em outras edições, mas que em Brasília eles irão reforçar. “Essa troca entre chef, cozinheiro e produtores estarem em estandes e dando aulas também proporciona uma nova experiência para o consumidor, que tem a chance de conversar com eles e tirar suas dúvidas. Nesta edição, vamos intensificar esse elo”, explica a curadora.

 

Embora o evento e a plataforma Fartura já tenha uma experiência, Luiza diz que ainda tem muita coisa para fomentar ainda mais todas as ações que eles estão desenvolvendo ao longo desses anos de história.  “Uma das preocupações da plataforma é essa: como vamos registrar, preservar e compartilhar o Brasil”, finaliza.

 

Clique aqui e confira a programação para sábado e domingo

 

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SERVIÇO

Festival Fartura – Comidas do Brasil

Datas: 23 e 24 de Março 2019

Horário: Sábado, das 12h às 22h. Domingo, das 12h as 20h.

Local: Pontão do Lago Sul (SHIS Ql 10, Lote 1/30, Lago Sul).

www.farturabrasil.com.br

 

Ingressos:

Antecipado: R$20 (inteira) e R$10,00 (meia)

No dia: R$25 (inteira) e R$12,50 (meia)

 

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