Sol, vento, calor, suor, piscina, mar... A primavera anda tão quente, que todos só imaginam como vão estar as temperaturas quando o verão chegar. Com tanta instabilidade, não é só o corpo que sofre, é preciso ter cuidados especiais com os cabelos. Ainda mais a brasileira, que adora madeixas longas. A dermatologista Adriene Barbosa Cabral acha importante salientar que vivemos em uma capital onde não há muita distinção entre as estações do ano. “Belo Horizonte é uma cidade quente e seca, principalmente. No verão, pode haver um aumento da umidade relativa do ar, mas em relação ao calor, convivemos com ele o ano inteiro. O tempo seco é muito nocivo aos fios do cabelo. Ele retira a umidade natural, principalmente das pontas, fazendo com que ele se torne mais áspero, com tendência a quebras, opacidade e se embaraçando mais facilmente.”

Por isso, Adriene lembra que é muito importante que nós, mineiros, demos mais atenção à hidratação periódica e ao corte das pontas ao menos de três em três meses, para que os danos aos fios não sejam tão evidentes. De acordo com a dermatologista, o tempo seco também facilita o aparecimento da dermatite seborreica, popularmente conhecida como caspa, patologia que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos e é mais comum no inverno (quando o tempo está mais seco) ou em fases de estresse emocional.

Adriene conta que, no verão, normalmente, a umidade do ar melhora, mas chegam as férias e as pessoas passam a se expor mais ao sol. “Os raios ultravioleta emitidos pelo Sol, além de danos à pele, causam danos aos cabelos. Da mesma forma que devemos proteger a pele do rosto e do corpo, devemos nos preocupar com o couro cabeludo e com o nosso cabelo. É comum as manchas e até o câncer de pele do couro cabeludo em pessoas que têm fios muito finos ou com rarefação, como as calvas. Por isso, indicamos o uso de protetores físicos, como bonés e chapéus, e protetores químicos, como filtros solares, na região.”

PROTEÍNA
Guilherme Cassolari, cabeleireiro da Natura, alerta que é preciso usar o produto adequado para o tipo de cabelo, se é tingido, quimicamente tratado, se é de quem frequenta piscina (cloro), cachoeira, mar, situações em que é preciso lavar muito bem pós-exposição. “O cuidado é para ter a proteína natural do cabelo estabelecida. Lembrem-se de que não tem problema nenhum lavar o cabelo todo dia.”

Para o cabeleireiro, a mulher brasileira mexe demais na estrutura do cabelo e muitas se esquecem de cuidar e, por isso, há muita queda, porque ele fica frágil. “É preciso hidratar, no salão ou em casa, porque essa é a melhor prevenção para manter os fios saudáveis”, ensina.

Antenado, Guilherme aponta outras armas para ter o cabelo bonito, com brilho e movimento. “Não se esqueçam de usar leave-in (produto que cria uma barreira de proteção que vai nutrir e manter o brilho e a maciez quando os fios estiverem secos, espécie de ação impermeabilizadora, formando um filme protetor sem deixar os nutrientes escaparem) e protetor térmico (protege os fios dos danos causados pelo calor do secador ou da chapinha e babyliss). Sem falar que há protetores extras como chapéu, lenços, ótimos acessórios que protegem e mudam o visual.”

Guilherme lembra o xampu de limpeza profunda, que deve ser usado uma vez por semana para tirar os resíduos de produtos do fio. Mesmo os homens, que apesar de usarem poucos produtos (há quem seja adepto da pomada e do gel) têm cabelos curtos e que secam naturalmente, precisam de atenção. “Depois da limpeza, é indicado usar uma máscara potente para hidratação, de três a cinco minutos. É prático e dá resultado.”