A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece os florais como terapia complementar. Produto extraído das flores, eles não são medicamentos e não substituem as indicações do tratamento médico, mas são receitados como suplementos especiais. Gotinhas de diversas essências, eficazes na manutenção da qualidade de vida por gerar equilíbrio, harmonia e bem-estar da alma e do corpo.

Tudo começou com Edward Bach, médico homeopata e patologista em saúde pública, que descobriu os florais de Bach na década de 1930, na Inglaterra, composto por 38 essências. No Brasil, eles só chegaram nos anos 1980. No início da década de 1990, em Itaúna, a partir do estudo e aplicação dos florais do mestre, o casal Breno Marques da Silva, químico e doutor em ciências pela Universidade de São Paulo (USP), e Ednamara Batista Vasconcelos e Marques, psicopedagoga e terapeuta floral, criou os florais de Minas com 108 essências e 25 fórmulas florais compostas. A ideia era investigar os poderes curativos de uma flora das mais diversificadas do mundo. Deu certo.

Ednamara explica que a pesquisa dos florais de Minas representa a associação das várias seções do conhecimento humano, indo da filosofia clássica à física quântica, dos arquétipos universais ao conhecimento popularizado. “Agimos na integração de sabedorias. O objetivo é conferir equilíbrio ao homem e revelar o potencial que reside na natureza por meio do reino vegetal, das raízes às flores.”

  Itaúna, que se destaca pelo minério de ferro, é referência dentro e fora do Brasil por causa dos Florais de Minas. O interesse vem da Argentina, Chile, EUA, Uruguai, Espanha, Portugal, Reino Unido, Taiwan e China. A empresa fica num sítio a 80 quilômetros da cidade, onde estão os laboratórios como de microbiologia e análise físico-química. “Contamos com equipe técnica de farmacêuticos, químicos, bioquímico e grupos de pesquisa”, diz Ednamara. “Na diversidade de produtos temos cerca de 1 mil itens e produzimos 40 mil mensalmente.” Ela diz que o Brasil é o maior consumidor mundial de florais.

Ednamara reforça que todos podem se beneficiar da terapia floral. “Do primeiro instante da vida até o último suspiro. Não há restrições quanto ao tempo de uso.” Os mais procurados são os que têm como foco ansiedade, nervosismo e irritabilidade. Mas há essências para carência afetiva, baixa autoestima, narcisismo, autoritarismo, indecisão, medo, depressão, raiva, insônia e muito mais. Mas Ednamara reforça que, “embora tenham todos esses atributos, não o consideramos capaz de invalidar a ação e os benefícios da medicina tradicional”.

RESULTADO
A decoradora Giovana Rabelo usa floral há 10 anos. Começou ao levar o filho à pediatra, também homeopata, que receitou as gotinhas. Desde então, ela também passou a usar. “É impressionante. Sempre tive bons resultados, quase imediatos, e visíveis. Agora, vale ressaltar que os florais curam doenças sentimentais e emocionais, como angústia, tensão, ansiedade, ciúme e apreensão.”

  Giovana diz que conhece pessoas que não tiveram resultados positivos. “Acho que depende da reação do organismo. No início, tive certa resistência, mas a bandeira na minha casa é evitar ao máximo tudo que é químico, o remédio. Priorizamos o natural e demos supercerto com as gotas. Por exemplo, depois de sofrer com minha rinite e vários remédios, passei a me tratar com a homeopatia, que receitou, em paralelo, os florais. Agora há pouco, tive uma crise e meu médico disse que não era uma crise alérgica, mas sim uma reação em relação ao meu lado emocional. Usei as gotas e a melhora foi instantânea.”

FOCO NA PESSOA
Tratar a pessoa e não a doença. A causa e não o efeito. Assim pensava o médico Edward Bach. Terapeuta floral há 16 anos e também psicóloga, Jaqueline Matos, com conhecimento de psicanálise e cursos de florais de Bach, florais Healing Herbs, florais da Califórnia e fcclorais de Minas, diz que a terapia floral é sua vocação e paixão. “Minha formação em psicologia, especificamente meus conhecimentos em psicanálise, me ajudam a entender as questões emocionais, mentais e comportamentais do cliente para eu possa escolher as essências florais para tratá-lo. Minha atuação dentro do consultório é de terapeuta, são os conhecimentos da mente humana que se adequam à terapia floral. Utilizo também os arquétipos universais estudados por Jung para saber mais da personalidade do cliente.”

Jaqueline, que é de Itaúna, conta que os Florais de Minas foram os primeiros que conheceu. “Foi em 1997, quando, ao lado de uma amiga, também fui em busca de cura. Desde essa época nunca mais parei de estudar, pesquisar e indicar a terapia floral às pessoas.” O encantamento da terapeuta pelos florais e a crença nos resultados a faz indicar o tratamento para adultos, crianças, idosos e até bebês. “Não há restrições. É um processo terapêutico em que as essências florais agem no desequilíbrio da personalidade, transformando emoções negativas em positivas. Busca a transformação do ser.” Ela reforça que recebe em seu consultório pessoas com os mais variados problemas: insônia, depressão, ansiedade, dor de cabeça, TPM, sintomas fóbicos e obsessivos (TOC), obesidade, traumas, perdas de entes queridos, falta de memória, artrite e labirintite. “As demandas de crianças são muitas. Tem aquelas que não dormem, com medos excessivos, dor de cabeça, hiperativas, com dificuldade de adaptação escolar, timidez e falta de concentração.”

Jaqueline lembra que um dos objetivos dos florais é tratar as emoções e a mente, e é isso que os difere, por exemplo, da alopatia, que trata diretamente a doença. “Os florais focam a pessoa, a causa emocional e mental e não apenas os sintomas. Se o paciente quiser, ele pode cuidar de um problema pontual, com essências que trabalham questões que o incomodam na personalidade, como impaciência, excesso de sensibilidade, timidez, descontrole emocional, rigidez, ciúmes e carência.”