Células-tronco sanguíneas são capazes de reagir a emergências do organismo
Até então desconhecida, a capacidade pode ter aplicações para proteger o organismo de pacientes com leucemia que receberam um transplante de medula óssea de milhares de infecções
AFP - Agence France-Presse
Publicação:11/04/2013 13:18Atualização: 12/04/2013 13:24
PARIS - As células-tronco sanguíneas, localizadas no centro da medula óssea, não só asseguram a contínua renovação das células do sangue, como também se revelam capazes de responder às emergências do organismo, produzindo glóbulos brancos do sangue em resposta às infecções, revelaram os pesquisadores.
Esta capacidade, até então desconhecida, pode ter aplicações para proteger o organismo de pacientes com leucemia que receberam um transplante de medula óssea de milhares de infecções, de acordo com Dr. Michael Sieweke do Centro de Imunologia de Marselha Luminy (Ciml - CNRS/Inserm, Universidade Aix-Marseille, França), que liderou o trabalho dos pesquisadores do Inserm e CNRS com o Centro de Medicina Molecular Max Delbrück (MDC, Berlim).
As células do sangue têm uma vida limitada: a expectativa de vida de um glóbulo vermelho mal excede três meses, a das plaquetas (para a coagulação) é de dez dias e a da grande maioria dos glóbulos brancos chega a apenas alguns dias, ressaltam os pesquisadores, que tiveram seu trabalho em camundongos publicado na revista científica Nature.
As células-tronco hematopoiéticas da medula óssea (localizadas no centro do esterno e dos ossos pélvicos) garantem sua renovação derramando a cada dia milhares de novas células na corrente sanguínea. Para isso, devem não só se multiplicar, mas também se diferenciar, ou seja, se especializar, para produzir glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.
A equipe do Dr. Sieweke já havia descoberto em 2009 que, em uma situação normal, as células-tronco não agem de forma aleatória, mas "decidem" por uma produção equilibrada sob a influência de vários fatores e sinais.
Contudo, não se sabia como as células-tronco respondiam às emergências, produzindo, por exemplo, glóbulos brancos sanguíneos que comem micróbios, como os macrófagos, para combater infecções.
Os pesquisadores descobriram que as células-tronco recebem sinais de alerta para que fabriquem as células aptas a combater o perigo.
"Nós descobrimos que uma molécula biológica (o fator de crescimento "M-CSF"), produzida em grandes quantidades pelo organismo durante uma infecção ou inflamação, indica o caminho que deve ser adotado pelas células-tronco", explicou o Dr. Sandrine Sarrazin (Inserm), co-autor deste trabalho.
O M-CSF (Fator Estimulador de Colônias de Granulócitos e Macrófagos) ativa a linha de glóbulos brancos através de um gene ("PU.1") das células-tronco que, por conseguinte, produzem em grande quantidade as células mais adequadas para a situação, preferencialmente macrófagos, contou à AFP.
A molécula M-CSF poderia ser utilizada para estimular e acelerar a produção de glóbulos brancos nos doentes que enfrentam sérios riscos de infecção, segundo o Dr. Sieweke, que cita 50 mil pacientes em todo o mundo expostos todos os anos a infecções depois de um transplante de medula óssea. Dessa forma, "eles estariam protegidos de infecções enquanto seu sistema imunológico se recupera".
O próximo passo é confirmar se a administração do estimulante confere uma vantagem contra uma infecção, reproduzindo em um roedor a situação de um transplante de medula óssea.
Esta capacidade, até então desconhecida, pode ter aplicações para proteger o organismo de pacientes com leucemia que receberam um transplante de medula óssea de milhares de infecções, de acordo com Dr. Michael Sieweke do Centro de Imunologia de Marselha Luminy (Ciml - CNRS/Inserm, Universidade Aix-Marseille, França), que liderou o trabalho dos pesquisadores do Inserm e CNRS com o Centro de Medicina Molecular Max Delbrück (MDC, Berlim).
As células do sangue têm uma vida limitada: a expectativa de vida de um glóbulo vermelho mal excede três meses, a das plaquetas (para a coagulação) é de dez dias e a da grande maioria dos glóbulos brancos chega a apenas alguns dias, ressaltam os pesquisadores, que tiveram seu trabalho em camundongos publicado na revista científica Nature.
As células-tronco hematopoiéticas da medula óssea (localizadas no centro do esterno e dos ossos pélvicos) garantem sua renovação derramando a cada dia milhares de novas células na corrente sanguínea. Para isso, devem não só se multiplicar, mas também se diferenciar, ou seja, se especializar, para produzir glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.
A equipe do Dr. Sieweke já havia descoberto em 2009 que, em uma situação normal, as células-tronco não agem de forma aleatória, mas "decidem" por uma produção equilibrada sob a influência de vários fatores e sinais.
Contudo, não se sabia como as células-tronco respondiam às emergências, produzindo, por exemplo, glóbulos brancos sanguíneos que comem micróbios, como os macrófagos, para combater infecções.
Os pesquisadores descobriram que as células-tronco recebem sinais de alerta para que fabriquem as células aptas a combater o perigo.
"Nós descobrimos que uma molécula biológica (o fator de crescimento "M-CSF"), produzida em grandes quantidades pelo organismo durante uma infecção ou inflamação, indica o caminho que deve ser adotado pelas células-tronco", explicou o Dr. Sandrine Sarrazin (Inserm), co-autor deste trabalho.
O M-CSF (Fator Estimulador de Colônias de Granulócitos e Macrófagos) ativa a linha de glóbulos brancos através de um gene ("PU.1") das células-tronco que, por conseguinte, produzem em grande quantidade as células mais adequadas para a situação, preferencialmente macrófagos, contou à AFP.
A molécula M-CSF poderia ser utilizada para estimular e acelerar a produção de glóbulos brancos nos doentes que enfrentam sérios riscos de infecção, segundo o Dr. Sieweke, que cita 50 mil pacientes em todo o mundo expostos todos os anos a infecções depois de um transplante de medula óssea. Dessa forma, "eles estariam protegidos de infecções enquanto seu sistema imunológico se recupera".
O próximo passo é confirmar se a administração do estimulante confere uma vantagem contra uma infecção, reproduzindo em um roedor a situação de um transplante de medula óssea.