Menina de dois anos se torna a mais nova receptora de traqueia produzida com células-tronco
A técnica desenvolvida abre uma nova possibilidade de tratamento pra defeitos congênitos e doenças infantis, acreditam os médicos
AFP - Agência de Notícias
Publicação:30/04/2013 16:27Atualização: 30/04/2013 16:42
Uma menina de dois anos de idade que nasceu sem a traqueia recebeu um implante do órgão desenvolvido a partir de suas próprias células-tronco, tornando-se a mais jovem paciente no mundo a beneficiar-se do tratamento experimental. Uma em cada 50 mil crianças no mundo nasce com defeito na traqueia. Por esse motivo, a pequena Hannah Warren era incapaz de respirar, comer, beber e engolir sozinha desde que nasceu na Coreia do Sul em 2010.
Até o implante, realizado há algumas semanas nos Estados Unidos, ela havia passado toda a vida em um hospital sul-coreano. Os médicos que a tratavam chegaram a dizer aos pais que não havia esperança e ela teria pouco tempo de vida. A nova traqueia foi implantada na menina em 9 de abril no Hospital Infantil de Illinois. A operação, na qual foi utilizada uma técnica desenvolvida pelo cirurgião italiano Paolo Macchiarini, durou nove horas.
As células-tronco foram extraídas da medula óssea da menina. Elas foram cultivadas em laboratório e em menos de uma semana tinham se multiplicado e formado uma nova traqueia. Os exames realizados até agora indicam que a traqueia está funcionando bem, anunciaram hoje os médicos de Hannah. Por precaução, no entanto, ela continua respirando artificialmente. Hannah sofreu uma infecção depois da cirurgia, mas agora já está recuperada.
A técnica desenvolvida por Macchiarini abre uma nova possibilidade de tratamento pra defeitos congênitos e doenças infantis, acreditam os médicos. "Sentimos como se ela tivesse nascido de novo", declarou Darryl Warren, pai da criança. Os médicos acreditam agora que dentro de algumas semanas ela poderá ir finalmente para casa e levar uma vida normal, provavelmente a tempo de comemorar seu aniversário de três anos, em agosto.
Custos
As despesas com a cirurgia, estimadas em centenas de milhares de dólares, foram custeadas pelo Hospital Infantil de Illinois. O cirurgião pediátrico do hospital, doutor Mark Holterman, conheceu a família durante uma viagem à Coreia do Sul. Como os pais de Hannah não tinham dinheiro para arcar com a cirurgia, ele ajudou a organizar o procedimento no hospital em que trabalha e chamou Macchiarini, que atua na Suécia, para chefiar a operação.
Macchiarini já havia realizado antes 14 implantes de traqueia desenvolvidas a partir das células-tronco dos próprios pacientes, mas Hannah é a paciente mais nova a ser submetida à técnica. Até agora, segundo ele, apenas um de seus pacientes faleceu: um norte-americano de 30 anos de idade que em 2011 recebeu a traqueia para tratar um câncer em estágio avançado. Os demais vivem normalmente.
Até o implante, realizado há algumas semanas nos Estados Unidos, Hannah havia passado toda a vida em um hospital sul-coreano
Uma menina de dois anos de idade que nasceu sem a traqueia recebeu um implante do órgão desenvolvido a partir de suas próprias células-tronco, tornando-se a mais jovem paciente no mundo a beneficiar-se do tratamento experimental. Uma em cada 50 mil crianças no mundo nasce com defeito na traqueia. Por esse motivo, a pequena Hannah Warren era incapaz de respirar, comer, beber e engolir sozinha desde que nasceu na Coreia do Sul em 2010.
Até o implante, realizado há algumas semanas nos Estados Unidos, ela havia passado toda a vida em um hospital sul-coreano. Os médicos que a tratavam chegaram a dizer aos pais que não havia esperança e ela teria pouco tempo de vida. A nova traqueia foi implantada na menina em 9 de abril no Hospital Infantil de Illinois. A operação, na qual foi utilizada uma técnica desenvolvida pelo cirurgião italiano Paolo Macchiarini, durou nove horas.
As células-tronco foram extraídas da medula óssea da menina. Elas foram cultivadas em laboratório e em menos de uma semana tinham se multiplicado e formado uma nova traqueia. Os exames realizados até agora indicam que a traqueia está funcionando bem, anunciaram hoje os médicos de Hannah. Por precaução, no entanto, ela continua respirando artificialmente. Hannah sofreu uma infecção depois da cirurgia, mas agora já está recuperada.
A técnica desenvolvida por Macchiarini abre uma nova possibilidade de tratamento pra defeitos congênitos e doenças infantis, acreditam os médicos. "Sentimos como se ela tivesse nascido de novo", declarou Darryl Warren, pai da criança. Os médicos acreditam agora que dentro de algumas semanas ela poderá ir finalmente para casa e levar uma vida normal, provavelmente a tempo de comemorar seu aniversário de três anos, em agosto.
Saiba mais...
"Eles acreditam que ela vai poder tudo o que uma criança normal faz, mas deve levar algum tempo. Estamos trilhando um caminho desconhecido. Essa era a única chance dela, mas ela está evoluindo de um jeito fantástico e inacreditável", prosseguiu o pai em conversa por telefone.- Transplante inédito cura menina com talassemia
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Custos
As despesas com a cirurgia, estimadas em centenas de milhares de dólares, foram custeadas pelo Hospital Infantil de Illinois. O cirurgião pediátrico do hospital, doutor Mark Holterman, conheceu a família durante uma viagem à Coreia do Sul. Como os pais de Hannah não tinham dinheiro para arcar com a cirurgia, ele ajudou a organizar o procedimento no hospital em que trabalha e chamou Macchiarini, que atua na Suécia, para chefiar a operação.
Macchiarini já havia realizado antes 14 implantes de traqueia desenvolvidas a partir das células-tronco dos próprios pacientes, mas Hannah é a paciente mais nova a ser submetida à técnica. Até agora, segundo ele, apenas um de seus pacientes faleceu: um norte-americano de 30 anos de idade que em 2011 recebeu a traqueia para tratar um câncer em estágio avançado. Os demais vivem normalmente.