Consultas regulares com mastologista são imprescindíveis a todas as mulheres
No acompanhamento de rotina, médicos pedem exames e levantam o histórico familiar das pacientes, em busca da mutação genética e de outros fatores que podem causar câncer
A consulta com um mastologista foi decisiva para a aposentada Rosilene Diniz Greco, de 44 anos, descobrir o câncer na mama esquerda em 2000. Aos 32 anos, ela notou um nódulo, e depois de vários tratamentos sem sucesso com uma ginecologista e de um ultrassom que nada revelou, procurou outro especialista. Uma punção e uma biópsia deram o diagnóstico para o qual ela não estava preparada. Foram quatro meses de quimioterapia até a retirada da mama e dos gânglios contaminados. “É muito dolorido retirar qualquer parte do corpo, tem que fazer uma coisa dessa precisando muito. Ao mesmo tempo, esse quadro é muito pequeno diante da situação que você tem de enfrentar”, conta.
Hoje, Rosilene orienta as sobrinhas, na faixa etária dos 20 anos, a se consultar regularmente e fazer os exames, pelo fato de ela ter tido a doença precocemente. Ainda em tratamento contra o câncer, que atingiu outros órgãos, ela indica: “O melhor é seguir as orientações do médico e se cuidar, fazendo sempre os exames”.
Para mulheres com mais de 40 anos, são indicadas a mamografia e ultrassonografias uma vez por ano. O autoexame é contraindicado. “Ele não reduz a mortalidade por câncer de mama. Já a mamografia permite um diagnóstico precoce. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) identificou há alguns anos que o autoexame estava servindo no Brasil para desestimular a mulher a fazer a mamografia”, relata o médico João Henrique. A SBM crê que apenas 30% das brasileiras estejam fazendo esse exame de forma correta e sistemática – números que divergem dos doMinistério da Saúde, que trabalha com um índice de 70%.
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NA INTERNET
Para aumentar a cobertura, a SBM lançou um projeto por meio do qual será possível monitorar, via smartphone, se a paciente fez a mamografia. O aplicativo está sendo divulgado também entre os mastologistas e ginecologistas, que terão a missão de incentivar as pacientes a se cadastrarem diretamente no site (www.liferank.com.br) ou fazê-lo via consultório. A ideia, segundo João Henrique Reis, é criar um contato direto da SBM com as mulheres, informando o que elas devem fazer.
Homens e mulheres podem se cadastrar. A plataforma vai avisar sobre consultas e exames pertinentes a cada faixa etária e cobrar atividades físicas (de acordo com a frequência de exercícios informados, o sistema vai perguntar ao paciente se aquilo foi cumprido), responsáveis por reduzir em até 30% o risco de câncer.
A próxima etapa será a criação de um ranking. A pessoa será monitorada no aspecto de consultas e exames e também nos exercícios físicos. A partir daí, serão dadas notas, para ela se comparar a outras pessoas e ser provocada a correr atrás. Tudo é confidencial, e por isso, o paciente verá o ranking, mas os participantes não serão identificados. “O objetivo é gerir e provocar a cultura de hábito. Ela tem potencial de reduzir essas doenças sem exame sofisticado ou remédio, e ajudando as pessoas a fazerem o que já deveria estar em prática, mas que a maioria não faz: alimentação saudável e atividade física”, afirma o presidente da SBM. O aplicativo já está disponível para as versões Android e, em breve, para IPhone.
Memória
Um ato de coragem
A atriz Angelina Jolie, de 37 anos, revelou ter se submetido a uma dupla mastectomia preventiva para reduzir o risco elevado de câncer. No artigo Minha escolha médica, publicado no jornal The New York Times, ela explicou que decidiu passar pela operação de retirada dos dois seios porque tem a mutação genética BRCA1, que representava 87% de chance de ela desenvolver um câncer de mama e 50% de ter um câncer de ovário. “Uma vez que eu sabia que esta era a minha realidade, decidi ser proativa para minimizar o risco tanto quanto eu poderia”, escreveu. Angelina contou que entre o início de fevereiro e o fim de abril concluiu três meses de procedimentos cirúrgicos para a remoção das duas mamas. Ela disse que tomou a decisão pensando em seus seis filhos, depois de ver a mãe, a atriz Marcheline Bertrand, morrer de câncer ainda jovem. “Minha mãe lutou contra o câncer por quase uma década e morreu aos 56 anos. Ela resistiu tempo suficiente para conhecer os primeiros netos e segurá-los nos braços. Mas meus outros filhos nunca terão a chance de conhecê-la”. A atriz revelou que decidiu escrever sobre o que ocorreu na expectativa de ajudar outras mulheres. “A decisão de passar por uma mastectomia não é fácil. Mas é uma decisão e eu estou muito feliz por tê-la tomado. Minhas chances de desenvolver câncer de mama caíram de 87% para 5%. Posso dizer aos meus filhos que eles não precisam temer que me perderão para o câncer de mama”.
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- 14/05/2013
- Angelina Jolie retira as duas mamas para prevenir câncer
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