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Você pode ajudar seu amigo que tem mau hálito

No Dia Nacional de Combate ao Mau Hálito é importante lembrar que 60 milhões de brasileiros têm halitose. Em 90% dos casos, o problema tem origem na boca. O tratamento é eficaz e sem complicações

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Valéria Mendes - Saúde Plena Publicação:22/09/2013 10:00Atualização:07/10/2014 14:15
Sessenta milhões de brasileiros e brasileiras têm mau hálito. O problema atinge entre 30 e 40% da população mundial e a maioria não sabe que tem. “Em praticamente todos os casos a pessoa desconhece o problema. O cheiro passa a ser uma constante, causa a fadiga olfatória, que é quando a pessoa se acostuma com o cheiro, e ela passa a não sentir mais”, explica a dentista especializada no tratamento da halitose, Jacqueline Chaves Duarte.

São raros os casos em que o mau hálito tem relação com alguma doença. Apesar de ter mais de 50 causas associadas, em 90% das vezes a halitose têm origem na boca (SXC.hu)
São raros os casos em que o mau hálito tem relação com alguma doença. Apesar de ter mais de 50 causas associadas, em 90% das vezes a halitose têm origem na boca
Hoje, Dia Nacional de Combate à Halitose, é um bom momento para falar sobre o assunto que é, sim, tabu. Está a alcance de qualquer um fazer chegar àquele ou àquela que tem halitose a consciência do problema. A Associação Brasileira de Halitose (ABH) oferece o serviço SOS Mau Hálito. Pela internet, o usuário pode pedir que uma pessoa seja avisada por e-mail ou carta e o anonimato é garantido. “Com medo da reação, não temos coragem de falar diretamente. O SOS Mau Hálito foi criado com essa finalidade e funciona muito bem. Além do alerta, o comunicado explica o que é halitose e indica profissionais de todo o Brasil que fazem o tratamento. A pessoa pode até ficar assustada de início, mas em compensação, procura ajuda”, explica Jacqueline que já atendeu muita gente por causa dessa ferramenta.

São raros os casos em que o mau hálito tem relação com alguma doença. Apesar de ter mais de 50 causas associadas, em 90% das vezes a halitose têm origem na boca. “A causa número um é a diminuição da quantidade de saliva que favorece a formação de uma placa branca na parte superior da língua chamada suburra lingual”, explica a especialista. O tratamento é simples: uso de medicamentos para aumentar o fluxo salivar e, consequentemente, diminuir a escamação da boca, a indicação de alguns produtos para neutralizar o cheiro desagradável e a recomendação do uso do limpador da língua. Outras causas comuns são higiene bucal precária, periodontite, gengivite e cáries.

O paciente também recebe orientações de higiene bucal e alimentação. Jacqueline Chaves Duarte explica que alguns alimentos – ricos em enxofre - pioram o mau hálito. São eles: repolho, brócolis, couve, couve flor, couve de Bruxelas, alcachofra, alho e cebola.

Autoestima

A dentista alerta ainda que a partir do momento que o paciente toma conhecimento do mau hálito a autoestima é abalada instantaneamente. “As pessoas se retraem nos contatos sociais, param de se encontrar com amigos, se silenciam no ambiente de trabalho, param de sair. A vida da trava”, afirma. Jacqueline relembra o caso de um paciente que por dez anos optou em trabalhar na seção de estoque de uma empresa, completamente sozinho, para não ter que se relacionar com pessoas. “Ele tinha pavor que alguém percebesse o mau hálito dele e passou a se ver de forma negativa”, conta.

Alguns alimentos - ricos em enxofre - pioram o mau hálito. São eles: repolho, brócolis, couve, couve flor, couve de Bruxelas, alcachofra, alho e cebola (Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
Alguns alimentos - ricos em enxofre - pioram o mau hálito. São eles: repolho, brócolis, couve, couve flor, couve de Bruxelas, alcachofra, alho e cebola
Prevenção e cuidados
Jacqueline Chaves Duarte diz que as pessoas precisam aprender a prevenir o mau hálito. Para ela, o uso de limpador de língua – aparelho vendido em farmácias – é tão importante quanto a escova de dente e o fio dental.

Outra dica é evitar o uso de enxaguante bucal. “A maioria contém álcool e o contato do líquido com a boca vai ser mais um fator de ressecamento e descamação”, explica.

A especialista também alerta para o fato de muita gente associar a halitose com problemas que vêm do estômago, apesar de não existir essa relação. Por isso, procuram clínico geral, gastroenterologista ou otorrinolaringologista. “São profissionais não tratam o mau hálito e muita gente acaba desacreditando que exista solução para o problema”, pondera.
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