Estudo mostra que troca de antibióticos evita resistência
Um grupo de pesquisadores dinamarqueses reforça a eficácia de uma espécie de pegadinha com esses micro-organismo: alterar a substância usada contra a patologia antes que eles fiquem mais fortes
Paulo Lima - Correio Brasiliense
Publicação:04/10/2013 10:00Atualização: 04/10/2013 10:41
Os testes focaram na Escherichia coli, uma bactéria comum no intestino humano. “Ela tem variantes patogênicos que podem causar uma ampla gama de doenças, como infecções do trato urinário e meningite. Além disso, é cada vez mais difícil de tratar a E. coli devido ao aumento da resistência às drogas”, diz Lejla Imamovic, autora da pesquisa, que foi divulgada, há uma semana, na revista Science Translational Medicine.
De acordo com Imamovic, observou-se que, quando a E. coli desenvolve resistência a uma droga, ela se torna geralmente sensível a várias outras. Esse fenômeno é chamado de sensibilidade de garantia e serve como base para a proposta de alteração precoce de medicamento. A bactéria estudada reage de forma diferente a 23 antibióticos. Por meio de um programa de computador, os cientistas identificaram mais de 200 possíveis combinações de medicamentos que poderiam ser usadas para “desviar” o tratamento da resistência.
“Por isso a necessidade de avaliação de outros remédios o quanto antes. Assim, erradica-se a resistência à droga. Se uma segunda rota de tratamento não for bem-sucedida, o primeiro tratamento pode ser retomado. Isso resulta na morte de agentes patogênicos que são sensíveis à droga”, explica a pesquisadora.
Há 60 anos
A ideia da troca de antibióticos logo após o diagnóstico de patologia surgiu na década de 1950, mas, de acordo com Imamovic, caiu em desuso após o fortalecimento da indústria farmacêuticas. A retomada da prática, no entanto, demanda cautela. Os pesquisadores fizeram o estudo apenas in vitro e focaram o experimento na E. coli. “Nós esperamos que a sensibilidade de garantia seja útil para pacientes que sofrem de infecções bacterianas crônicas, como a fibrose cística. Mas essas expectativas devem ser confirmadas em estudos clínicos posteriores. Estamos em busca de realizar novos testes o quanto antes”, diz Imamovic.
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No uso prolongado de antibióticos, há o risco de que as bactérias criem resistência ao medicamento, comprometendo o resultado da terapia. Um grupo de pesquisadores dinamarqueses reforça a eficácia de uma espécie de pegadinha com esses micro-organismo: alterar a substância usada contra a patologia antes que eles fiquem mais fortes. Em experimentos seguindo essa lógica, os resultados foram significativos.- Hospitais do Rio identificam três pacientes com bactéria resistente a antibióticos
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Os testes focaram na Escherichia coli, uma bactéria comum no intestino humano. “Ela tem variantes patogênicos que podem causar uma ampla gama de doenças, como infecções do trato urinário e meningite. Além disso, é cada vez mais difícil de tratar a E. coli devido ao aumento da resistência às drogas”, diz Lejla Imamovic, autora da pesquisa, que foi divulgada, há uma semana, na revista Science Translational Medicine.
"Por isso a necessidade de avaliação de outros remédios o quanto antes. Assim, erradica-se a resistência à droga. Se uma segunda rota de tratamento não for bem-sucedida, o primeiro tratamento pode ser retomado" Lejla Imamovic, pesquisadora do Departamento de Biologia de Sistemas da Universidade Técnica da Dinamarca
“Por isso a necessidade de avaliação de outros remédios o quanto antes. Assim, erradica-se a resistência à droga. Se uma segunda rota de tratamento não for bem-sucedida, o primeiro tratamento pode ser retomado. Isso resulta na morte de agentes patogênicos que são sensíveis à droga”, explica a pesquisadora.
Há 60 anos
A ideia da troca de antibióticos logo após o diagnóstico de patologia surgiu na década de 1950, mas, de acordo com Imamovic, caiu em desuso após o fortalecimento da indústria farmacêuticas. A retomada da prática, no entanto, demanda cautela. Os pesquisadores fizeram o estudo apenas in vitro e focaram o experimento na E. coli. “Nós esperamos que a sensibilidade de garantia seja útil para pacientes que sofrem de infecções bacterianas crônicas, como a fibrose cística. Mas essas expectativas devem ser confirmadas em estudos clínicos posteriores. Estamos em busca de realizar novos testes o quanto antes”, diz Imamovic.