Imagem social do homem se mantém muito ligada à heterossexualidade
Ainda há muitos homossexuais que decidem encarar um relacionamento heterossexual, muitas vezes por confundir desejos e demorar a se identificar como gays. Conheça as histórias de Sílvio e Lucas e como a situação pode afetar positivamente a relação com os filhos
Publicação:21/11/2013 09:01Atualização: 18/11/2013 09:48
“Aquilo me fez pensar que uma relação gay não poderia ser séria. Tanto que contei para ela o que havia acontecido antes de nos casarmos. Mas, durante todo o tempo em que estivemos juntos, me senti um homossexual preso em uma realidade heterossexual.” Separou-se da mulher, contou para as pessoas mais próximas sobre sua orientação, mas ainda mantinha a sensação de que nunca teria uma relação gay séria. A filha ia crescendo e ele prometeu a si mesmo que abriria o jogo quando a adolescente completasse 15 anos.
Temia, sobretudo, que ela tomasse conhecimento da situação por meio de outras pessoas. Traçou metas, mas não conseguia decidir a hora certa da conversa. Claro que a filha não esperou. Em três anos de separação, ela jamais havia visto o pai com uma nova namorada. No celular, nenhuma mensagem de mulheres. Ela mesma ligou os pontos e, durante um passeio de carro, decidiu perguntar o porquê daquele rapaz ir tanto ao apartamento do pai. “Respirei fundo e vi que ela já sabia da resposta. Mesmo assim, perguntei: ‘Você está preparada para saber?’ Ela me respondeu: ‘Dormi superbem essa noite. Estou preparada para ouvir qualquer coisa.’ Os filhos só precisam de uma confirmação. E eu dei isso a ela.”
Sílvio lembra que ela fez um silêncio de 20 segundos que, para ele, durou 20 anos. Então, a filha o olhou e disse: “Contanto que você esteja feliz, está tudo bem”. E seguiu o diálogo:
Sílvio: “Mas é só isso que você vai fazer?”.
Carolina: “O que o senhor estava esperando? Que eu me jogasse do carro?”.
Sílvio: “Isso era o mínimo”.
A conversa terminou em gargalhadas. “Isso não pesou em nada na nossa relação. Eu dizer que sou gay foi mais uma informação da minha vida que compartilhei com ela, mas não foi a mais importante.”
Sílvio confia na criação que deu a Carolina e afirma que a homossexualidade não diminuiu sua autoridade paterna, nem causou transtornos a ela. “Uma mãe alcoolista, um pai violento, isso sim causa problemas. Fui criado numa imposição de que ser gay é errado e hoje vejo que minha filha, que tem um pai gay, é extremamente bem educada e feliz. Ser gay é ser vivo. E ser pai também.”
Jogo de papéis
Ainda há muitos homossexuais que decidem encarar um relacionamento heterossexual. E não só porque temem o julgamento social. De acordo com Vera Moris, psicoterapeuta especializada em paternidade homoafetiva, a imagem social do homem se mantém muito ligada à heterossexualidade, o que faz com que muitos deles confundam os desejos e demorem a se identificar como gays.
“Esse homem em questão não se vê nem se define como ‘homossexual’, visto que ele gosta de mulher, se enamora de uma delas e quer ser pai ou constituir família. A atração pelo mesmo sexo não é percebida — tampouco aceita — como uma real orientação homoafetiva para muitos homens e pais, que apenas mais tarde vão se aceitar e se revelar homossexuais.” Para a especialista, muitos homens são educados em uma realidade na qual a homossexualidade não é uma verdade conhecida e que chega tarde — entre 35 e 45 anos, de acordo com suas pesquisas, é que eles começam a deixar o armário.
“A consciência de sua homossexualidade mais tardia traz para ele mesmo e toda a família a necessidade de enfrentar os desafios e as crises, associados ao divórcio, à autoaceitação e à revelação.” Ao encontrar nas parceiras um amor, bem como uma esperança de vencer os seus desejos homossexuais, há o discurso de que aquela fase vai passar e eles jogam todas as fichas nessa expectativa. “O fato de a sociedade não aceitar a possibilidade da orientação sexual não hetero faz parte de um grande sistema que colabora sobremaneira para dificultar a própria autoaceitação daquele que se percebe homossexual.”
Por isso, quando o momento chega, é a vontade de ser sincero consigo mesmo o motivo mais evidente, já que é nessa hora que ele assume para o mundo uma identidade homoafetiva, que já era do seu conhecimento, mas precisava ser anunciada à família. “Para um pai, sair do armário, é um longo processo que passa primeiro pela autoaceitação, depois pela necessidade de ser reconhecido por quem ele ama, até chegar à revelação aos que lhe são próximos e caros. Os medos estão associados com os preconceitos com os quais cada um foi criado e cresceu.” Assim, quanto mais recriminado aquele homem foi, mais medo e culpa vão prolongar sua aceitação.
Vera explica que as histórias, sempre únicas, carregam um grande repertório de sofrimento. Quanto mais a sociedade aceitar a diversidade da orientação sexual, garante a psicoterapeuta, menor será o grau de preconceito e medos. Assim, mais cedo poderá se dar o autorreconhecimento e aceitação pessoal da homoafetividade. O modo de contar aos filhos, claro, depende da relação com que o pai mantém. “O que se sabe por pesquisas e por nossa prática com os pais é que, quanto mais cedo, melhor. Ou seja, a criança crescer e se habituar à sexualidade do pai é a melhor forma de aceitá-la”, explica Moris.
Na adolescência, o filho já está lidando com os conflitos intrínsecos à fase, bem como entendendo a própria sexualidade. “Outro momento ruim é contar aos filhos quando está existindo qualquer outro problema mais crítico na família, como divórcio, doença ou morte.” E, na fase adulta, há o risco de os filhos entenderem que o pai não confiou na sua compreensão. O mais importante, aponta Vera, é saber que, se o momento surge, é preciso muita franqueza e disposição para aceitar todas as dificuldades que o filho venha a ter.
E eles precisam saber que, em muitos casos, o preconceito com o homem que sai do armário depois de uma relação heterossexual pode até ser maior do que o observado em casais gays que adotam. “Existe maior incompreensão mesmo, como se o homem que se assume mais tardiamente estivesse mentindo ou enganando — camuflando sua verdadeira identidade. O que não é uma verdade, visto que a grande maioria dos homens que se assumiram após serem pais se casaram e tiveram filhos porque estavam, naquele momento, convictos de sua orientação heterossexual.”
Mesmo diante de tantas dificuldades, a psicoterapeuta garante que as vantagens sempre acabam aparecendo. “Podemos dizer que a absoluta maioria dos pais sentem um grande benefício em seu relacionamento com os filhos depois que se revelam para eles; é um alívio para todos e um grande ganho de qualidade de relacionamento, porque aproxima mais.”
Após anos de terapia, chegou o momento de se abrir. Primeiro, para a ex. “Eu precisava ser honesto, deixá-la viver a vida dela e começar a viver a minha. Contei tudo que ela quis saber. Fizemos terapia de casal porque eu não estava me separando por não a amar, mas por ser gay. Mas eu temia diariamente que isso destruísse minha família.” Lucas diz que carregava muitos monstros, reforçados por estereótipos que traziam uma visão negativa da homossexualidade. “Criei uma carapaça para mim. Não queria me ver porque ainda considerava ser gay algo ruim.”
Para que essa dor findasse, lembra, o mais importante foi a conversa com os filhos. Foram nove meses de preparação, em um esforço conjunto com a ex, para determinar qual a melhor forma e momento. “Era extremamente importante que eles soubessem por mim. Era minha história e isso faz diferença na hora de saber. Porque, ao falar, quis dar o exemplo para eles que é possível ser feliz vivendo a sua verdade.” Lucas, então, escreveu uma carta e reuniu os três filhos. Nela, ele declarava tudo o que sentia, tudo que passou, dando aos filhos a dimensão do que viveu. Ao terminar a leitura, veio um longo silêncio.
“Foi quando o meu filho do meio se levantou e me abraçou. O mesmo fez o mais velho. E a mãe deles puxou o mais novo e nós ficamos abraçados por quase uma hora. Foi um momento em que tive muito orgulho deles.” Mesmo que os filhos tenham recebido a notícia com respeito, Lucas sugeriu a todos uma terapia em família, em um processo que os ajudou a desmistificar a palavra gay. Seus dois filhos mais velhos hoje moram no exterior. O de 12 anos ainda está na escola e Lucas tem uma maior preocupação com ele, de que não exista possibilidade de que a sexualidade do pai traga qualquer aborrecimento na relação dele com os colegas.
“Assumir para os meus filhos foi a decisão mais corajosa e acertada de minha vida. Temos um relacionamento maravilhoso, bem mais aberto, próximo e honesto do que era antes de eu assumir. Sem dúvida, o apoio deles faz eu me sentir forte e orgulhoso. Eles sabem que, agora, têm um pai em paz consigo mesmo e isso os deixa felizes.” Lucas acha que os três filhos são heterossexuais, mas garante que não teria problema caso eles fossem gays. “Eu ficaria contente de poder ajudar, porque não tive esse apoio. Depois de assumir para eles, percebi que o grande preconceito estava dentro da minha cabeça.”
Quando a ex-mulher chegou com a notícia da gravidez, o professor Sílvio Henrique Barbosa pensou que, finalmente, havia conseguido provar a si mesmo que era heterossexual. Era apaixonado pela mulher, apesar de ainda manter desejos homossexuais. Mas aquela criança seria seu passaporte para o que ele entendia como uma vida feliz. “A única opção que o homossexual tem é a de se reconhecer como tal. Ser gay é uma condição e, naquele momento, escolhi não me reconhecer”, lembra.
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A manutenção do segredo foi se tornando menor a cada ano. Mesmo amando a filha cada vez mais, não conseguia deixar de lado seus impulsos. “Minha ex-mulher era perfeita e tive 15 anos de um casamento feliz. Achava que aquela família era a chave e que eu viraria ‘a pessoa certa’. Não deu e, quando fiz 40 anos, a crise emergiu pesada.” Havia se casado aos 26 anos, sempre acreditando que a mulher certa o faria superar a traição que sofreu do primeiro namorado, aos 18 anos.- Após casamento hétero, com filhos, homens encontram forças para aceitar e assumir que são gays
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“Aquilo me fez pensar que uma relação gay não poderia ser séria. Tanto que contei para ela o que havia acontecido antes de nos casarmos. Mas, durante todo o tempo em que estivemos juntos, me senti um homossexual preso em uma realidade heterossexual.” Separou-se da mulher, contou para as pessoas mais próximas sobre sua orientação, mas ainda mantinha a sensação de que nunca teria uma relação gay séria. A filha ia crescendo e ele prometeu a si mesmo que abriria o jogo quando a adolescente completasse 15 anos.
Achava que aquela família era a chave e que eu viraria %u2018a pessoa certa%u2019 - Sílvio Henrique Barbosa
Sílvio lembra que ela fez um silêncio de 20 segundos que, para ele, durou 20 anos. Então, a filha o olhou e disse: “Contanto que você esteja feliz, está tudo bem”. E seguiu o diálogo:
Sílvio: “Mas é só isso que você vai fazer?”.
Carolina: “O que o senhor estava esperando? Que eu me jogasse do carro?”.
Sílvio: “Isso era o mínimo”.
A conversa terminou em gargalhadas. “Isso não pesou em nada na nossa relação. Eu dizer que sou gay foi mais uma informação da minha vida que compartilhei com ela, mas não foi a mais importante.”
Sílvio confia na criação que deu a Carolina e afirma que a homossexualidade não diminuiu sua autoridade paterna, nem causou transtornos a ela. “Uma mãe alcoolista, um pai violento, isso sim causa problemas. Fui criado numa imposição de que ser gay é errado e hoje vejo que minha filha, que tem um pai gay, é extremamente bem educada e feliz. Ser gay é ser vivo. E ser pai também.”
Jogo de papéis
Ainda há muitos homossexuais que decidem encarar um relacionamento heterossexual. E não só porque temem o julgamento social. De acordo com Vera Moris, psicoterapeuta especializada em paternidade homoafetiva, a imagem social do homem se mantém muito ligada à heterossexualidade, o que faz com que muitos deles confundam os desejos e demorem a se identificar como gays.
“Esse homem em questão não se vê nem se define como ‘homossexual’, visto que ele gosta de mulher, se enamora de uma delas e quer ser pai ou constituir família. A atração pelo mesmo sexo não é percebida — tampouco aceita — como uma real orientação homoafetiva para muitos homens e pais, que apenas mais tarde vão se aceitar e se revelar homossexuais.” Para a especialista, muitos homens são educados em uma realidade na qual a homossexualidade não é uma verdade conhecida e que chega tarde — entre 35 e 45 anos, de acordo com suas pesquisas, é que eles começam a deixar o armário.
“A consciência de sua homossexualidade mais tardia traz para ele mesmo e toda a família a necessidade de enfrentar os desafios e as crises, associados ao divórcio, à autoaceitação e à revelação.” Ao encontrar nas parceiras um amor, bem como uma esperança de vencer os seus desejos homossexuais, há o discurso de que aquela fase vai passar e eles jogam todas as fichas nessa expectativa. “O fato de a sociedade não aceitar a possibilidade da orientação sexual não hetero faz parte de um grande sistema que colabora sobremaneira para dificultar a própria autoaceitação daquele que se percebe homossexual.”
Por isso, quando o momento chega, é a vontade de ser sincero consigo mesmo o motivo mais evidente, já que é nessa hora que ele assume para o mundo uma identidade homoafetiva, que já era do seu conhecimento, mas precisava ser anunciada à família. “Para um pai, sair do armário, é um longo processo que passa primeiro pela autoaceitação, depois pela necessidade de ser reconhecido por quem ele ama, até chegar à revelação aos que lhe são próximos e caros. Os medos estão associados com os preconceitos com os quais cada um foi criado e cresceu.” Assim, quanto mais recriminado aquele homem foi, mais medo e culpa vão prolongar sua aceitação.
Vera explica que as histórias, sempre únicas, carregam um grande repertório de sofrimento. Quanto mais a sociedade aceitar a diversidade da orientação sexual, garante a psicoterapeuta, menor será o grau de preconceito e medos. Assim, mais cedo poderá se dar o autorreconhecimento e aceitação pessoal da homoafetividade. O modo de contar aos filhos, claro, depende da relação com que o pai mantém. “O que se sabe por pesquisas e por nossa prática com os pais é que, quanto mais cedo, melhor. Ou seja, a criança crescer e se habituar à sexualidade do pai é a melhor forma de aceitá-la”, explica Moris.
Na adolescência, o filho já está lidando com os conflitos intrínsecos à fase, bem como entendendo a própria sexualidade. “Outro momento ruim é contar aos filhos quando está existindo qualquer outro problema mais crítico na família, como divórcio, doença ou morte.” E, na fase adulta, há o risco de os filhos entenderem que o pai não confiou na sua compreensão. O mais importante, aponta Vera, é saber que, se o momento surge, é preciso muita franqueza e disposição para aceitar todas as dificuldades que o filho venha a ter.
E eles precisam saber que, em muitos casos, o preconceito com o homem que sai do armário depois de uma relação heterossexual pode até ser maior do que o observado em casais gays que adotam. “Existe maior incompreensão mesmo, como se o homem que se assume mais tardiamente estivesse mentindo ou enganando — camuflando sua verdadeira identidade. O que não é uma verdade, visto que a grande maioria dos homens que se assumiram após serem pais se casaram e tiveram filhos porque estavam, naquele momento, convictos de sua orientação heterossexual.”
Mesmo diante de tantas dificuldades, a psicoterapeuta garante que as vantagens sempre acabam aparecendo. “Podemos dizer que a absoluta maioria dos pais sentem um grande benefício em seu relacionamento com os filhos depois que se revelam para eles; é um alívio para todos e um grande ganho de qualidade de relacionamento, porque aproxima mais.”
O administrador Lucas (nome fictício), 54 anos, viveu quase todo o seu casamento em um ambiente extremamente masculino. Afinal, ele e a ex-mulher tiveram três meninos — hoje com idades entre 22 e 12 anos — e tudo na casa girava em torno de temas caros a esse universo. Era apaixonado pela família e pela ex-companheira. E, durante a maior parte do período em que estiveram juntos, acreditou que poderia deixar de ser gay. “A culpa era sempre muito grande. Eu sentia vergonha do que desejava e isso me deixava angustiado o tempo inteiro.”
Após anos de terapia, chegou o momento de se abrir. Primeiro, para a ex. “Eu precisava ser honesto, deixá-la viver a vida dela e começar a viver a minha. Contei tudo que ela quis saber. Fizemos terapia de casal porque eu não estava me separando por não a amar, mas por ser gay. Mas eu temia diariamente que isso destruísse minha família.” Lucas diz que carregava muitos monstros, reforçados por estereótipos que traziam uma visão negativa da homossexualidade. “Criei uma carapaça para mim. Não queria me ver porque ainda considerava ser gay algo ruim.”
Para que essa dor findasse, lembra, o mais importante foi a conversa com os filhos. Foram nove meses de preparação, em um esforço conjunto com a ex, para determinar qual a melhor forma e momento. “Era extremamente importante que eles soubessem por mim. Era minha história e isso faz diferença na hora de saber. Porque, ao falar, quis dar o exemplo para eles que é possível ser feliz vivendo a sua verdade.” Lucas, então, escreveu uma carta e reuniu os três filhos. Nela, ele declarava tudo o que sentia, tudo que passou, dando aos filhos a dimensão do que viveu. Ao terminar a leitura, veio um longo silêncio.
“Foi quando o meu filho do meio se levantou e me abraçou. O mesmo fez o mais velho. E a mãe deles puxou o mais novo e nós ficamos abraçados por quase uma hora. Foi um momento em que tive muito orgulho deles.” Mesmo que os filhos tenham recebido a notícia com respeito, Lucas sugeriu a todos uma terapia em família, em um processo que os ajudou a desmistificar a palavra gay. Seus dois filhos mais velhos hoje moram no exterior. O de 12 anos ainda está na escola e Lucas tem uma maior preocupação com ele, de que não exista possibilidade de que a sexualidade do pai traga qualquer aborrecimento na relação dele com os colegas.
“Assumir para os meus filhos foi a decisão mais corajosa e acertada de minha vida. Temos um relacionamento maravilhoso, bem mais aberto, próximo e honesto do que era antes de eu assumir. Sem dúvida, o apoio deles faz eu me sentir forte e orgulhoso. Eles sabem que, agora, têm um pai em paz consigo mesmo e isso os deixa felizes.” Lucas acha que os três filhos são heterossexuais, mas garante que não teria problema caso eles fossem gays. “Eu ficaria contente de poder ajudar, porque não tive esse apoio. Depois de assumir para eles, percebi que o grande preconceito estava dentro da minha cabeça.”