Maturidade vem com a consciência de si mesmo, diz psicólogo
Luciane Evans
Publicação:24/11/2013 13:03Atualização: 24/11/2013 13:08
Ser capaz de encarar os problemas com mais segurança ou conseguir ter mais clareza diante das situações vividas. Ter mais paciência e mais certezas, quem sabe até mais leveza. Experiência seria mesmo sinônimo de mais maturidade? A idade é mesmo fator primordial? Quando, enfim, homens e mulheres amadurecem? “Antigamente, definia a maturidade como a capacidade de perceber e lidar com as diferenças. Hoje, defino-a como aquela capacidade de lidar com as incertezas e o insólito”, sugere o psicólogo e ex-professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Antônio Coppe, para quem não existe receita para chegar a essa fase da vida.
Em seu livro, Maturidade – a responsabilidade de ser você mesmo, o líder espiritual indiano Osho aponta a diferença entre envelhecimento e maturidade. Segundo ele, as pessoas pensam que envelhecer é se tornar adulto , “mas envelhecer pertence ao corpo”. “Todo mundo está envelhecendo, todo mundo ficará velho, mas não necessariamente maduro. A maturidade é um crescimento interior”, diz o texto.
O grande passo para conquistá-la, de acordo com Osho, seria somar experiências com consciência. Uma das bandeiras dele é viver o aqui e o agora, estar presente no momento em que algo aconteça, não só no corpo, mas com a mente e o coração. “A vida é felicidade e infelicidade. A vida é dia e noite, a vida é vida e morte. Você precisa estar consciente dos dois”, ensina.
Certo de que cada momento está aí para ser vivido com atenção, o empresário Jivam Morais completa ainda mais a definição para maturidade: “Para mim, ela chega quando passamos a ter consciência de que existe início e fim. Com isso, você passa a viver uma coisa de cada vez”, afirma. Jivam tem 55 anos, é casado há 30 e tem três filhos. “Hoje, estou mais tolerante. Com a maturidade, a gente começa a entender um pouco mais da vida. Não somos donos de nada”, diz, destacando que existe na juventude a sensação de eternidade, mas com o passar dos anos, essa sensação passa. “Aí você aprende a amar melhor .” Para Jivam, a pessoa precisa sempre ser honesta consigo mesma e trabalhar. “O desafio está lá fora, onde todos são iguais.”
Henrique Morais, de 29, é um dos filhos de Jivam. Ele conta que morou por uma ano na França, onde estudou gastronomia, e isso o ajudou a amadurecer. “Hoje tomo decisões que sei que não tomaria anos atrás. Por outro lado, vejo que fui ficando com menos coragem de assumir riscos”, afirma. Jivam e Henrique são amigos e têm uma paixão em comum: a cozinha. É ali que eles preparam delícias para os amigos e trocam experiências de vida. “Na minha idade, meu pai já tinha filhos. Eu, aos 29, moro com meus pais, quero viajar mais para depois me casar e ter filhos. As coisas mudaram, não tenho metade da preocupação que meu pai teve na minha idade”, compara, dizendo que, ao chegar aos 55, quer ter a sabedoria de Jivam. “Se chegar com a admiração que nós filhos temos dele, e a saúde e disposição que ele tem, ficarei muito satisfeito.”
AUTOCONHECIMENTO
O psicólogo Antônio Coppe aponta que vemos por aí pessoas ansiosas e imaturas aos 50 anos, ao mesmo tempo que conhecemos jovens com plena confiança em suas atitudes. “O grande segredo é conhecer a si mesmo. E é por meio dos relacionamentos que isso ocorre. Há pessoas que até os 60 anos precisam da aprovação do outro para as suas ações e não têm a consciência de quem realmente são”, aponta. Reconhecendo que as mulheres atingem a maturidade emocional, geralmente, antes dos homens, Antônio diz que um caminho que as difere é a educação afetiva. “Somos educados para não demonstrar sentimentos, isso tanto para o universo feminino quanto o masculino, mas para o homem isso é muito pior. Em uma paquera, por exemplo, ele tem que ir atrás e ela dizer não.”
A consciência de si mesmo, de acordo com o psicólogo, passa por aí. “Quando sei reconhecer meus sentimentos, saber o que me leva a sentir tristezas e alegrias é um caminho para amadurecer”, afirma, acrescentando que, quando se aprende a ser você mesmo, “aprendo a não me violentar e a respeitar o outro. É a maturidade.”
O empresário Jivam Morais tem 55 anos, é casado há 30 e se considera mais tolerante. Ao lado de um de seus três filhos, Henrique, ele se diverte na cozinha, uma paixão em comum
Ser capaz de encarar os problemas com mais segurança ou conseguir ter mais clareza diante das situações vividas. Ter mais paciência e mais certezas, quem sabe até mais leveza. Experiência seria mesmo sinônimo de mais maturidade? A idade é mesmo fator primordial? Quando, enfim, homens e mulheres amadurecem? “Antigamente, definia a maturidade como a capacidade de perceber e lidar com as diferenças. Hoje, defino-a como aquela capacidade de lidar com as incertezas e o insólito”, sugere o psicólogo e ex-professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Antônio Coppe, para quem não existe receita para chegar a essa fase da vida.
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Em seu livro, Maturidade – a responsabilidade de ser você mesmo, o líder espiritual indiano Osho aponta a diferença entre envelhecimento e maturidade. Segundo ele, as pessoas pensam que envelhecer é se tornar adulto , “mas envelhecer pertence ao corpo”. “Todo mundo está envelhecendo, todo mundo ficará velho, mas não necessariamente maduro. A maturidade é um crescimento interior”, diz o texto.
O grande passo para conquistá-la, de acordo com Osho, seria somar experiências com consciência. Uma das bandeiras dele é viver o aqui e o agora, estar presente no momento em que algo aconteça, não só no corpo, mas com a mente e o coração. “A vida é felicidade e infelicidade. A vida é dia e noite, a vida é vida e morte. Você precisa estar consciente dos dois”, ensina.
"Todo mundo está envelhecendo, todo mundo ficará velho, mas não necessariamente maduro. A maturidade é um crescimento interior", diz Osho, líder espiritual indiano
Certo de que cada momento está aí para ser vivido com atenção, o empresário Jivam Morais completa ainda mais a definição para maturidade: “Para mim, ela chega quando passamos a ter consciência de que existe início e fim. Com isso, você passa a viver uma coisa de cada vez”, afirma. Jivam tem 55 anos, é casado há 30 e tem três filhos. “Hoje, estou mais tolerante. Com a maturidade, a gente começa a entender um pouco mais da vida. Não somos donos de nada”, diz, destacando que existe na juventude a sensação de eternidade, mas com o passar dos anos, essa sensação passa. “Aí você aprende a amar melhor .” Para Jivam, a pessoa precisa sempre ser honesta consigo mesma e trabalhar. “O desafio está lá fora, onde todos são iguais.”
Henrique Morais, de 29, é um dos filhos de Jivam. Ele conta que morou por uma ano na França, onde estudou gastronomia, e isso o ajudou a amadurecer. “Hoje tomo decisões que sei que não tomaria anos atrás. Por outro lado, vejo que fui ficando com menos coragem de assumir riscos”, afirma. Jivam e Henrique são amigos e têm uma paixão em comum: a cozinha. É ali que eles preparam delícias para os amigos e trocam experiências de vida. “Na minha idade, meu pai já tinha filhos. Eu, aos 29, moro com meus pais, quero viajar mais para depois me casar e ter filhos. As coisas mudaram, não tenho metade da preocupação que meu pai teve na minha idade”, compara, dizendo que, ao chegar aos 55, quer ter a sabedoria de Jivam. “Se chegar com a admiração que nós filhos temos dele, e a saúde e disposição que ele tem, ficarei muito satisfeito.”
AUTOCONHECIMENTO
O psicólogo Antônio Coppe aponta que vemos por aí pessoas ansiosas e imaturas aos 50 anos, ao mesmo tempo que conhecemos jovens com plena confiança em suas atitudes. “O grande segredo é conhecer a si mesmo. E é por meio dos relacionamentos que isso ocorre. Há pessoas que até os 60 anos precisam da aprovação do outro para as suas ações e não têm a consciência de quem realmente são”, aponta. Reconhecendo que as mulheres atingem a maturidade emocional, geralmente, antes dos homens, Antônio diz que um caminho que as difere é a educação afetiva. “Somos educados para não demonstrar sentimentos, isso tanto para o universo feminino quanto o masculino, mas para o homem isso é muito pior. Em uma paquera, por exemplo, ele tem que ir atrás e ela dizer não.”
A consciência de si mesmo, de acordo com o psicólogo, passa por aí. “Quando sei reconhecer meus sentimentos, saber o que me leva a sentir tristezas e alegrias é um caminho para amadurecer”, afirma, acrescentando que, quando se aprende a ser você mesmo, “aprendo a não me violentar e a respeitar o outro. É a maturidade.”