Teste pode prever sobrevida de mulheres com câncer

Mensurar a resposta do exército de defesa do organismo é um desejo antigo da medicina e a equipe de cientistas conseguiu pela primeira vez calcular essa classe especial de soldados naturais contra o câncer

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Bruna Sensêve - Correio Braziliense Publicação:06/12/2013 16:00
É possível que um teste desenvolvido por pesquisadores do Centro de Pesquisa em Câncer Fred Hutchinson, em Seattle (EUA), seja capaz de prever a sobrevivência de uma paciente diagnosticada com câncer de ovário. A proposta é contar, no tecido doente, as células do sistema imune que, diante da presença do tumor, migraram para o interior dele. Mensurar a resposta do exército de defesa do organismo é um desejo antigo da medicina. A equipe de cientistas conseguiu pela primeira vez calcular essa classe especial de soldados naturais contra o câncer, os linfócitos T infiltrantes do tumor (TILs).

Experimentos demonstram uma associação entre altas contagens de TIL e melhora da sobrevida em mulheres com câncer de ovário (sxc.hu)
Experimentos demonstram uma associação entre altas contagens de TIL e melhora da sobrevida em mulheres com câncer de ovário
Segundo eles, a contagem pode ser feita de forma confiável, rápida e barata para mulheres com a doença em estágio inicial ou avançado. “Nossos experimentos demonstram uma associação entre altas contagens de TIL e melhora da sobrevida em mulheres com câncer de ovário, e são consistentes com as observações anteriores de que a resposta imune contra o câncer de ovário é um fator prognóstico significativo e independente”, confirma o autor principal do trabalho, Jason Bielas, membro associado da Divisão de Ciências da Saúde Pública Fred Hutch. No artigo publicado hoje na revista científica Science Translational Medicine, Bielas conta que o rastreamento desses glóbulos brancos foi feito por meio da obtenção de informação genética de proteínas que ficam na superfície deles.

Eles testaram a técnica, nomeada QuanTILf, em amostras de tumores ovarianos de 30 indivíduos. A QuanTILf digitaliza a sequência única de DNA de células T, ou o “código de barras” delas, para determinar quantas e quais tipos estão presentes. Foram avaliados os níveis de TILs nos tecidos e os resultados já conhecidos de sobrevivência das voluntárias. Ao cruzar essas informações, os pesquisadores descobriram que os números mais elevados TIL estão correlacionados com melhor sobrevida. O percentual de TILs foi aproximadamente três vezes maior para as pacientes com taxa de sobrevivência de mais de cinco anos em comparação àquelas com uma taxa menor que dois anos, por exemplo. Dessa forma, a técnica de amplificação do DNA teria o potencial de predizer a resposta ao tratamento, a recorrência do câncer e a sobrevida de maneira mais eficaz que os métodos atuais.

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