Usuários de álcool foram os pacientes mais atendidos no Centro Mineiro de Toxicomania em 2013

Segundo grupo que mais buscou atendimento foi o de dependentes de crack, com 33,38%; seguido dos usuários de cocaína

Diminuir Fonte Aumentar Fonte Imprimir Corrigir Notícia Enviar
Agência Minas Publicação:13/01/2014 13:46Atualização:13/01/2014 14:04
Pelo segundo ano consecutivo, a maior parte dos atendimentos no Centro Mineiro de Toxicomania (CMT), da Rede Fhemig, foi formada por usuários de álcool. Em 2013, 37,55% dos novos pacientes que procuraram tratamento eram dependentes da substância, 0,39% a menos que em 2012. O segundo grupo que mais buscou atendimento foi o de usuários de crack, com 33,38%, seguido dos usuários de cocaína, que representaram 16,17% dos novos cadastros. Em 2010 e 2011, os pacientes de crack superaram os demais.

Em 2013, 37,55% dos novos pacientes que procuraram tratamento eram dependentes de álcool (Banco de Imagens / sxc.hu)
Em 2013, 37,55% dos novos pacientes que procuraram tratamento eram dependentes de álcool
O total de novos pacientes no ano passado foi de 767, contra 1.107 em 2012, e a média de atendimento mensal também caiu, de 349 para 333. Segundo Raquel Martins, diretora da unidade, um dos motivos para essa redução foi a abertura de novos Centros de Referência em Saúde Mental – Álcool e Drogas (Cersams- AD) em Belo Horizonte e Região Metropolitana. “A ampliação deste tipo de serviço em outros bairros e municípios resultou em um acesso mais facilitado pelos interessados, que podem buscar por atendimento em locais mais próximos de sua casa”, avalia Raquel. O número total de atendimentos, incluindo os retornos, foi de 4.003 – em 2012 foram 4.183.

Outro ponto observado em 2013 pelos profissionais da unidade foi o aumento de atendimentos a moradores de rua. Segundo a diretora, um fator que pode ter contribuído para isso é o uso do crack, que não é normalmente aceito em casa como outras drogas a exemplo do álcool e da maconha, fazendo com que o usuário busque o meio externo para fazer o consumo. Também foi percebida a pouca presença dos familiares durante o tratamento, o que de acordo com Raquel, é prejudicial ao paciente. “A participação da família é fundamental, e sem ela, a evolução do tratamento fica bem mais difícil. A presença dos parentes reforça uma mudança comportamental”, explica.

Abandono
Dados estatísticos do CMT mostram que a grande maioria dos pacientes que interrompem o tratamento, volta a procurar ajuda – apenas cerca de 30% o abandona totalmente. Para Raquel Martins, a interrupção não significa que o dependente não se importe consigo mesmo, e sim que talvez não esteja preparado para uma intervenção naquele momento. “Nós, profissionais da área, estamos prevenidos para este tipo de situação, inclusive para se o usuário retornar em piores condições”, ressalta Raquel.

COMENTÁRIOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva dos autores.