Projeto de lei quer garantir a amamentação para mães que estudam; participe da enquete
O Saúde Plena trouxe, na última semana, depoimentos de mães que sofreram constrangimentos por amamentar em público. Conheça agora propostas para alterar a legislação que tentam garantir o direito à amamentação para as mães que trabalham fora ou estudam; e participe da enquete
Participe: A amamentação em público deve ser restrita?
Para tentar impedir as restrições à amamentação em público, um projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo prevê multa de R$500 para os estabelecimentos que impedirem ou constrangerem mães que estão amamentando.
Em outra frente dessa discussão, no entanto, propostas para alterar a legislação têm foco nas mães que trabalham fora de casa ou estudam e que enfrentam outras dificuldades para não precisar interromper a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida da criança. Na Câmara dos Deputados, está em tramitação o Projeto de Lei 2083/11, do deputado Manato (PDT-ES), que torna obrigatória a existência de salas de apoio à amamentação em órgãos públicos federais. De acordo com a proposta, as salas servirão para servidoras e funcionárias fazerem a ordenha e a armazenagem de leite no horário de expediente, de acordo com regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Para tentar garantir e ampliar o direito à amamentação para mulheres que são estudantes ou ainda para aquelas que trabalham em ambiente escolar, um vereador de Belo Horizonte apresentou em 2013 proposta destinada a estabelecimentos da rede municipal de ensino público e privada. A ideia é que haja um espaço para receber essas mães. “Esta foi uma demanda de várias mulheres que são estudantes. Para não interromper a alimentação exclusiva no peito até os seis meses, a família geralmente leva a criança até a escola ou universidade. A mulher deixa a sala de aula e acaba amamentando de forma desconfortável, em pé, porque não quer interromper novamente a rotina da turma. Se houver um espaço para isso, mãe e bebê terão mais conforto, dignidade e tranquilidade, sem que ela precise interromper seus estudos”, pondera o vereador Joel Moreira Filho (PTC), autor da proposta.
O parlamentar pontua ainda que não existe qualquer regulamento que impeça a prática da amamentação em qualquer lugar. “A fome da criança não escolhe hora nem local. O caso mais recente em São Paulo, que envolve o Museu da Imagem e do Som, assusta ainda mais porque espera-se, de uma instituição ligada à arte, mais sensibilidade. Mas parece que a sensibilidade à expressão artística não se traduz em sensibilidade à expressão da vida”, completa o vereador.
O projeto já foi aprovado em todas as comissões da Câmara Municipal de Belo Horizonte e deve ir a plenário nos próximos 60 dias.
O Ministério da Saúde tem uma 'Cartilha para a mãe trabalhadora que amamenta', com explicações detalhadas sobre os direitos da mulher e dicas para um processo de amamentação mais prazeroso. A publicação tem 24 páginas e pode ser acessada, na íntegra, aqui.
Para mais informações, consulte também o site da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – Ibfan Brasil.