Cientistas criam antivírus promissor no combate ao sarampo
Descoberta ajudaria erradicar a doença que mata 150 mil pessoas ao ano.
AFP - Agence France-Presse
Publicação:17/04/2014 09:37Atualização: 17/04/2014 09:59
Apesar dos grandes avanços para conter o sarampo no mundo, esta doença, altamente contagiosa, mata cerca de 150.000 pessoas ao ano desde 2007, explicam os autores do estudo, publicado nesta quarta-feira na revista especializada Science Translational Medicine.
Os pesquisadores observaram um reaparecimento do vírus causador da infecção nos países europeus, o morbilivírus. Especialistas consideram que a doença esteja contida na Europa. Este fenômeno responde a uma taxa de vacinação insuficiente.
O novo antivírus, chamado ERDRP-0519l, bloqueia a multiplicação do vírus da cinomose, que afeta animais como cães e furões, e que é muito similar ao causador do sarampo nos humanos.
Segundo os pesquisadores, o antiviral administrado oralmente impediu a morte dos animais e permitiu reduzir a carga viral fortemente. Além disso, permitiu que os animais afetados desenvolvessem uma forte imunidade ao vírus.
O estudo foi desenvolvido por Richard Plemper, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade da Geórgia (sudeste dos Estados Unidos) e por pesquisadores dos institutos alemães Emory e Paul-Ehrlich.
A vacinação deve continuar
"O aparecimento de uma potente imunidade antiviral nos furões é particularmente animadora e sugere que o tratamento pode, não só salvar o indivíduo infectado, como também contribuir para sanar as carências imunológicas da população", explicou Plemper.
O antivírus, barato e fácil de armazenar, pode dar um impulso aos esforços para a erradicação do sarampo, ao conter a propagação das epidemias locais, acrescentou Plemper. Além disso, pode ser usado para tratar pessoas próximas a um infectado que ainda não apresentem os sintomas.
No entanto, quando for desenvolvida uma versão para humanos, o antivírus não substituirá a vacina. O medicamento não tem como objetivo ser uma "alternativa à vacina", mas sim "uma arma complementar nos esforços para eliminar o sarampo", insistiu o pesquisador em teleconferência.
Plemper lembrou que é preciso haver uma taxa de vacinação de pelo menos 90% da população para impedir a transmissão endêmica do vírus. Na Europa, a taxa varia entre 60% e 90%, dependendo do país, enquanto nos Estados Unidos, supera os 90%.
Segundo os cientistas, uma em cada três pessoas que contraem o sarampo e não se vacinam desenvolve pneumonia ou inflamação do cérebro.
A próxima etapa da pesquisa será testar a nova molécula em macacos. Nos próximos anos, serão feitos testes clínicos em humanos - provavelmente adolescentes e adultos jovens.
Saiba mais...
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Apesar dos grandes avanços para conter o sarampo no mundo, esta doença, altamente contagiosa, mata cerca de 150.000 pessoas ao ano desde 2007, explicam os autores do estudo, publicado nesta quarta-feira na revista especializada Science Translational Medicine.
A descoberta não dispensa a vacinação
O novo antivírus, chamado ERDRP-0519l, bloqueia a multiplicação do vírus da cinomose, que afeta animais como cães e furões, e que é muito similar ao causador do sarampo nos humanos.
Segundo os pesquisadores, o antiviral administrado oralmente impediu a morte dos animais e permitiu reduzir a carga viral fortemente. Além disso, permitiu que os animais afetados desenvolvessem uma forte imunidade ao vírus.
O estudo foi desenvolvido por Richard Plemper, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade da Geórgia (sudeste dos Estados Unidos) e por pesquisadores dos institutos alemães Emory e Paul-Ehrlich.
A vacinação deve continuar
"O aparecimento de uma potente imunidade antiviral nos furões é particularmente animadora e sugere que o tratamento pode, não só salvar o indivíduo infectado, como também contribuir para sanar as carências imunológicas da população", explicou Plemper.
O antivírus, barato e fácil de armazenar, pode dar um impulso aos esforços para a erradicação do sarampo, ao conter a propagação das epidemias locais, acrescentou Plemper. Além disso, pode ser usado para tratar pessoas próximas a um infectado que ainda não apresentem os sintomas.
No entanto, quando for desenvolvida uma versão para humanos, o antivírus não substituirá a vacina. O medicamento não tem como objetivo ser uma "alternativa à vacina", mas sim "uma arma complementar nos esforços para eliminar o sarampo", insistiu o pesquisador em teleconferência.
Plemper lembrou que é preciso haver uma taxa de vacinação de pelo menos 90% da população para impedir a transmissão endêmica do vírus. Na Europa, a taxa varia entre 60% e 90%, dependendo do país, enquanto nos Estados Unidos, supera os 90%.
Segundo os cientistas, uma em cada três pessoas que contraem o sarampo e não se vacinam desenvolve pneumonia ou inflamação do cérebro.
A próxima etapa da pesquisa será testar a nova molécula em macacos. Nos próximos anos, serão feitos testes clínicos em humanos - provavelmente adolescentes e adultos jovens.