Cigarro: o que é possível fazer para evitar o primeiro trago?
Especialistas alertam que não existem níveis seguros de consumo de qualquer derivado do tabaco
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“Uma das principais barreiras para adotar essa medida tem sido uma preocupação de que os indivíduos que continuam a fumar serão expostos a maiores quantidades de produtos químicos tóxicos na tentativa de extrair mais nicotina dos cigarros”, explicou Hammond. “O estudo atual sugere que esse pode não ser o caso.” Porém, na opinião do pneumologista Ricardo Henrique Meirelles, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), é importante observar que a ausência do efeito compensatório não pode tornar as versões light uma forma de auxílio para largar o vício.
Para ele, mesmo fumando cigarros com baixos teores de nicotina, o tabagista continuará sendo um dependente e, muitas vezes, com dificuldade para abandonar a droga. O risco é ele achar que, com a versão light, terá menos prejuízo à saúde e, assim, não querer parar de fumar. “Mesmo que o fumante de cigarros de baixos teores de nicotina não aumente o consumo, ele continuará expostos a mais de 4.700 substâncias, muitas delas tóxicas e cancerígenas, responsáveis por cerca de 50 doenças”, ressalta.
Segundo a coordenadora de Vigilância, de Agravo e Doenças não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, a pesquisa nacional escolar feita em parceira com o Ministério da Educação em 2012 mostrou que o fumo entre escolares é de 5%. “Em 2002, tínhamos de 12% a 15%. Estamos entre as menores prevalências das américas. Isso mostra que as políticas públicas estão funcionando para a população como um todo e até aquela que nem começou a fumar.” Malta reforça que há uma meta global de diminuição de 30% da prevalência de fumantes nas principais capitais do país. “A legislação que proíbe o fumo em ambientes fechados e restringe a propaganda protege a todos, não só os fumantes.”