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Salão de beleza de BH cria clube exclusivo para as loiras

Serviço funciona como um convênio: ao pagar uma mensalidade fixa, a cliente tem acesso a uma gama de serviços. Visagista disponível no salão ajuda a escolher a tonalidade que mais combina com a cliente, além de sugerir corte e maquiagem de acordo com a personalidade de cada uma

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Alessandra Alves - Saúde Plena Publicação:21/10/2014 10:36Atualização:21/10/2014 12:13
Marylin Monroe no filme 'Os homens preferem as loiras', de 1953 (Divulgação)
Marylin Monroe no filme 'Os homens preferem as loiras', de 1953

Se os homens preferem, de fato, as loiras, como diz o filme estrelado por Marylin Monroe em 1953, pesquisa nenhuma ainda conseguiu desvendar. Mas, recentemente, o jornal inglês Daily Mail realizou um levantamento com três mil mulheres e mostrou que três quartos delas se sentem mais confiantes com a tonalidade. A cantora norte-americana Miley Cyrus, ex-morena, atual platinada, declarou, logo após a mudança, sentir-se mais feliz, bonita e livre. Apesar dos benefícios enumerados, a transformação e a manutenção pode custar caro e dar muito trabalho. Quem pinta os cabelos de loiro tende a ter fios mais enfraquecidos e desbotados e, por isso, o tratamento deve ser constante. Em Belo Horizonte, acaba de nascer o Clube das Loiras, um serviço exclusivo criado pelo empresário Bernardo Vieira, que funciona como um convênio: ao pagar uma mensalidade fixa, a cliente tem acesso a uma gama de serviços como hidratação, matização, corte, mechas e reconstituição capilar.

“É uma espécie de convênio. Você fica conveniada com o salão e o clube funciona como uma forma de alinhar conhecimento, tratamento e qualidade”, explica o proprietário do Espaço de Beleza Platinum Visage, responsável pelo Clube das Loiras. A ideia nasceu há cerca de dois meses, mas foi lançada em setembro. Por enquanto, funcionam dois tipos de pacotes, o Platinum Standart e o Platinum Pro, ambos com duração mínima de três meses. O primeiro, que custa R$ 249 por mês, inclui matização das mechas, hidratação (com escova) e corte (a cada três meses). O segundo garante a cliente a matização das mechas, dois serviços a escolha (entre hidratação, cauterização e reconstrução, sendo que todos acompanham escova), além de corte e mecha a cada três meses, por R$ 499.

Michele Navarro, sócia do Clube das Loiras, diz que chegava a gastar R$ 700 por mês em salão (Arquivo pessoal)
Michele Navarro, sócia do Clube das Loiras, diz que chegava a gastar R$ 700 por mês em salão
“Eu devia gastar com o meu cabelo, mais ou menos, em torno de R$ 700 por mês”, confessa a bailarina Michele Navarro, que diz não ter nascido loira, mas “ter a alma loira”. Ela conta que o tom natural do cabelo é castanho, mas começou a pintá-lo há muito tempo, tendo passado por diversos profissionais, alguns deles com lembranças traumáticas. “Há uns seis anos arrumei o cabelo com um profissional que, na época, cobrou R$ 200. Ele acabou com o meu cabelo. Lembro que estava chegando o Natal e, na verdade, não estava nem ligando para o dinheiro, mas ao me ver no espelho, fiquei arrasada”, conta. Conveniada ao clube, ela diz que, para ela, a maior vantagem é o compromisso em cuidar do cabelo.

E as morenas?

Para as morenas, ainda não há um serviço exclusivo porque, segundo o proprietário do salão, o cabelo escuro não demanda o mesmo tipo de cuidado e manutenção que os descoloridos. Mas as mulheres que quiserem se arriscar e fazer uma transformação, seja na cor ou no corte, podem pedir o auxílio a um visagista, profissional disponível no salão.

A visagista Camila Rabelo e a equipe do salão, Jessica Djess, maquiadora, e Rondinely Gonçalves, hair stylist especialista em loiras (Jefferson Amaral/Divulgação)
A visagista Camila Rabelo e a equipe do salão, Jessica Djess, maquiadora, e Rondinely Gonçalves, hair stylist especialista em loiras
Segundo a consultora de imagem e visagista Camila Rabelo, a intenção do profissional é adequar o visual da cliente e não transformá-lo. “Ninguém pode te desvincular do que foi criado na sua essência”, diz. Ela conta que quem contrata o serviço passa por dois encontros, onde são feitos questionamentos que têm a ver com o comportamento da cliente, o gestual, a forma como ele se comunica. “Eu vou bater um papo com essa pessoa para entender a necessidade dela, para saber exatamente o que ela quer. A pessoa diz que quer cortar o cabelo curto, mas não sabe o que isso representa. Para uma mulher que está solteira, por exemplo, e em busca de um namorado, não é interessante usar um cabelo curto. Homens preferem o cabelo comprido, sinônimo da dependência e da feminilidade”, explica.

O antropólogo Peter Frost, que também estudou o impacto da cor do cabelo na vida das pessoas, chegou à conclusão que, como a maioria das pessoas tem o cabelo escuro, tingi-lo de loiro representa uma necessidade de aparecer, de se mostrar. “Quão mais comum a cor de um cabelo se torna, com menos frequência ele vira opção”, afirmou. “É uma espécie de efeito novidade. No momento em que você se torna comum, não existe mais o mesmo apelo. Existe uma espécie de seleção para aqueles que são diferentes e despertam atenção”, completa.

Neste sentido, Camila Rabelo faz um alerta, explicando que nem sempre o que fica bom em uma pessoa, funciona para a outra. “Não existe um padrão de beleza, isso é a mídia que coloca na cabeça da gente. Só há beleza quando você consegue criar características autênticas”, finaliza.

Serviço
Platinum Visage
Alameda da Serra, 1033 - sala 301 Nova Lima - Minas Gerais
Telefone: 3643-7681

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