Pesquisa aponta motivo de algumas crianças terem convulsões após receberem a vacina tríplice
As convulsões febris ocorrem nas crianças quando elas apresentam febre alta e podem durar de um a cinco minutos, antes de os pequenos voltarem à normalidade. No geral, a crise não se reproduz, nem tem consequências para o cérebro
AFP - Agence France-Presse
Publicação:27/10/2014 15:48
Em um estudo publicado no domingo (26/10) na revista britânica Nature Genetics, os cientistas mostraram que cerca de uma criança em cada mil apresentam convulsões febris depois de tomar a vacina tríplice viral. Para Bjarke Feenstra, principal autor do estudo, não se pode questionar a eficácia desta vacina tríplice, "que evita a morte de um milhão de crianças a cada ano no mundo". "Os resultados de estudos como o nosso deveriam levar à criação de vacinas ainda mais seguras", destacou o cientista.
O estudo
Ao estudar o perfil genético de 1.300 crianças dinamarquesas que tiveram convulsões febris após receber a vacina tríplice e compará-las a 5.800 crianças que não tinham sido vacinadas e 2.000 que sofreram convulsões não vinculadas à vacina, os cientistas identificaram várias mutações genéticas que favorecem as convulsões.
Duas delas estão relacionadas aos genes que desempenham um importante papel na forma como o sistema imunológico reage aos ataques virais.
Outros quatro afetam os genes que comandam os canais iônicos implicados no funcionamento dos neurônios.
Segundo o estudo, as crianças que apresentam as últimas quatro mutações correm um risco cerca de quatro vezes maior de ter convulsões febris do que as crianças que não as têm.
No entanto, os cientistas revelam que as seis mutações até agora só representam uma pequena parte de causas genéticas suscetíveis de favorecer as convulsões.
Eles destacam, ainda, que as mutações só foram estudadas nas crianças dinamarquesas e que não sabem se exitem os mesmos riscos em outras partes.
Em 1998, um estudo publicado na revista médica britânica The Lancet teria semeado pânico no mundo anglo-saxão, ao relacionar a vacina tríplice com o autismo.
Embora o artigo tenha sido retirado depois, devido a "irregularidades", o temor sobre esta vacina persiste entre os pais, muitos dos quais se negam a vacinar os filhos, sobretudo na Grã-Bretanha.
Saiba mais...
Cientistas dinamarqueses descobriram a existência de uma pré-disposição genética que pode explicar porque algumas crianças podem ter convulsões febris após a aplicação da vacina combinada SPR (contra sarampo, papeira - ou bócio - e rubéola). As convulsões febris ocorrem nas crianças quando elas apresentam febre alta e podem durar de um a cinco minutos, antes de os pequenos voltarem à normalidade. No geral, a crise não se reproduz, nem tem consequências para o cérebro. Estas convulsões não estão relacionadas a crises de epilepsia, que ocorre na ausência de febre.Uma criança em cada mil apresentam convulsões febris depois de tomar a vacina tríplice viral
Em um estudo publicado no domingo (26/10) na revista britânica Nature Genetics, os cientistas mostraram que cerca de uma criança em cada mil apresentam convulsões febris depois de tomar a vacina tríplice viral. Para Bjarke Feenstra, principal autor do estudo, não se pode questionar a eficácia desta vacina tríplice, "que evita a morte de um milhão de crianças a cada ano no mundo". "Os resultados de estudos como o nosso deveriam levar à criação de vacinas ainda mais seguras", destacou o cientista.
O estudo
Ao estudar o perfil genético de 1.300 crianças dinamarquesas que tiveram convulsões febris após receber a vacina tríplice e compará-las a 5.800 crianças que não tinham sido vacinadas e 2.000 que sofreram convulsões não vinculadas à vacina, os cientistas identificaram várias mutações genéticas que favorecem as convulsões.
Duas delas estão relacionadas aos genes que desempenham um importante papel na forma como o sistema imunológico reage aos ataques virais.
Outros quatro afetam os genes que comandam os canais iônicos implicados no funcionamento dos neurônios.
Segundo o estudo, as crianças que apresentam as últimas quatro mutações correm um risco cerca de quatro vezes maior de ter convulsões febris do que as crianças que não as têm.
No entanto, os cientistas revelam que as seis mutações até agora só representam uma pequena parte de causas genéticas suscetíveis de favorecer as convulsões.
Eles destacam, ainda, que as mutações só foram estudadas nas crianças dinamarquesas e que não sabem se exitem os mesmos riscos em outras partes.
Em 1998, um estudo publicado na revista médica britânica The Lancet teria semeado pânico no mundo anglo-saxão, ao relacionar a vacina tríplice com o autismo.
Embora o artigo tenha sido retirado depois, devido a "irregularidades", o temor sobre esta vacina persiste entre os pais, muitos dos quais se negam a vacinar os filhos, sobretudo na Grã-Bretanha.