Remédio para diabetes age contra tuberculose
Organização Mundial da Saúde estima que 9 milhões de pessoas que contraíram a tuberculose no ano passado
Correio Braziliense
Publicação:20/11/2014 08:22
O aumento da incidência de micro-organismos resistentes aos antibióticos é uma preocupação da comunidade médica e empurrou os pesquisadores a procurar novos tratamentos até mesmo entre medicamentos utilizados para combater outras doenças. A metformina é velha conhecida do público. Trata-se do antidiabético mais usado no Brasil e nos Estados Unidos. Ele e a glibenclamida — prescrita para o tratamento do diabetes gestacional — são os únicos remédios orais do tipo constantes da Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde. Por esses motivos, são considerados seguros.
Para analisar a eficácia da metformina contra a tuberculose, os pesquisadores liderados por Amit Singhal infectaram camundongos com a bactéria causadora da doença e os trataram com a medicação tradicional e a combinaram com a droga que combate o diabetes. A dose dada aos animais foi semelhante à que os seres humanos com a doença metabólica ingerem. Ambos os tratamentos controlaram efetivamente o crescimento das micobactérias e reduziram os sintomas associados à infecção respiratória. (BS)
Cura dificultada
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, das 9 milhões de pessoas que contraíram a tuberculose no ano passado, 480 mil tiveram as versões mais resistentes aos antibióticos, que são mais difíceis de serem curadas e demandam um tratamento mais longo — de dois anos, em vez de seis meses. De 2009 a 2013, triplicou no mundo o número de casos de tuberculose multirresistente. A estimativa da agência é de que até 2 milhões podem ser infectadas pela versão mais perigosa até o fim de 2015. Falhas no tratamento tradicional e no diagnóstico da enfermidade respiratória estão entre as razões do surgimento de versões mais difíceis de serem curadas.
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Com efeitos inesperados, uma droga comumente usada para o tratamento do diabetes também é capaz de combater a tuberculose. Além de controlar a glicose no sangue, os pesquisadores do Hospital Tan Tock Seng, em Cingapura, descobriram que a medicação pode tratar a infecção respiratória em camundongos ou mesmo aumentar a eficácia de remédios já existentes contra ela. O artigo, publicado na edição desta quinta-feira (20/11) da revista Science Translational Medicine, mostra que a metformina desencadeia a produção de espécies reativas de oxigênio, que, em seguida, matam micobactérias causadoras da tuberculose.- Anvisa aprova registro de novo medicamento para tuberculose
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O aumento da incidência de micro-organismos resistentes aos antibióticos é uma preocupação da comunidade médica e empurrou os pesquisadores a procurar novos tratamentos até mesmo entre medicamentos utilizados para combater outras doenças. A metformina é velha conhecida do público. Trata-se do antidiabético mais usado no Brasil e nos Estados Unidos. Ele e a glibenclamida — prescrita para o tratamento do diabetes gestacional — são os únicos remédios orais do tipo constantes da Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde. Por esses motivos, são considerados seguros.
Para analisar a eficácia da metformina contra a tuberculose, os pesquisadores liderados por Amit Singhal infectaram camundongos com a bactéria causadora da doença e os trataram com a medicação tradicional e a combinaram com a droga que combate o diabetes. A dose dada aos animais foi semelhante à que os seres humanos com a doença metabólica ingerem. Ambos os tratamentos controlaram efetivamente o crescimento das micobactérias e reduziram os sintomas associados à infecção respiratória. (BS)
Cura dificultada
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, das 9 milhões de pessoas que contraíram a tuberculose no ano passado, 480 mil tiveram as versões mais resistentes aos antibióticos, que são mais difíceis de serem curadas e demandam um tratamento mais longo — de dois anos, em vez de seis meses. De 2009 a 2013, triplicou no mundo o número de casos de tuberculose multirresistente. A estimativa da agência é de que até 2 milhões podem ser infectadas pela versão mais perigosa até o fim de 2015. Falhas no tratamento tradicional e no diagnóstico da enfermidade respiratória estão entre as razões do surgimento de versões mais difíceis de serem curadas.