Profissionais ou amadores devem passar por avaliação cardiológica antes de se aventurar nos esportes de alta ou baixa intensidade
Estudo recente avaliou 52 mil atletas de alta performance e demonstrou que 919 deles foram diagnosticados com arritmias cardíacas
Augusto Pio - Estado de Minas
Publicação:03/12/2014 15:00Atualização: 03/12/2014 14:27
A morte súbita em atletas amadores ou profissionais não é de hoje. Muitos acabam por perder a vida em pleno exercício de suas atividades, como ocorreu há 10 anos com o jogador de futebol Serginho, que pertencia ao clube paulista São Caetano. Em plena partida contra o time do São Paulo, o zagueiro desabou em campo por causa de um infarto fulminante. Fatos como esse vêm ocorrendo pelo mundo em vários tipos de esportes, sejam amadores ou profissionais.
Estudo recente avaliou 52 mil atletas de alta performance e demonstrou que 919 deles foram diagnosticados com arritmias cardíacas. O acompanhamento ocorreu por um período de mais de nove anos. Nesse estudo, a arritmia mais comum detectada foi a fibrilação atrial (em 681 pacientes), seguida por bradicardias. Arritmias extrassístoles ventriculares e supraventriculares também foram frequentes.
Diante disso, o melhor mesmo é consultar um cardiologista antes de praticar qualquer tipo de atividade. E um dos testes mais eficientes é o Screening (rastreamento), um dos mais indicados para atletas de alta performance e que pode identificar arritmias cardíacas não reconhecidas em testes anteriores, em pacientes assintomáticos. O cardiologista Bruno Valdigem, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, ressalta que o atleta pode ter uma arritmia cardíaca que, se não diagnosticada, oferece riscos maiores, como morte súbita, seja durante a prática da atividade ou não. “De forma completa, o mais indicado é incluir anamnese, histórico familiar e pessoal, exame físico, eletrocardiograma e um Screening. Dessa forma, teremos uma avaliação muito mais detalhada.”
A intensidade da atividade física pode demonstrar uma relação com a incidência da fibrilação atrial (FA), o que pode indicar que os efeitos antiarrítmicos positivos da atividade física são parcialmente anulados, quando o exercício é muito intenso. “A intensidade do exercício e a capacidade aeróbica também estiveram relacionadas à maior probabilidade de diagnóstico de arritmias. Os atletas que correram mais, melhor e por mais tempo apresentaram mais arritmias que aqueles que praticaram as atividades de forma mais comedida”, diz o médico.
O especialista explica que, durante o esforço físico, os níveis de adrenalina e a demanda de oxigênio no miocárdio aumentam muito. Isso pode ser facilitador de arritmias cardíacas e também precipitar isquemia de coronárias (angina) ou ruptura de uma placa de gordura dentro de uma artéria coronariana, o que pode causar o infarto. “Algumas arritmias cardíacas e doenças congênitas do coração podem não ser detectadas até a idade adulta pela ausência de sintomas. Assim, o exame médico pode diagnosticar uma doença silenciosa.”
AVALIAÇÃO O cardiologista Haroldo Christo Aleixo – médico do esporte do Clube Atlético Mineiro e do Minas – explica que a consulta prévia permite identificar e prevenir as infrequentes – porém temidas – complicações que podem ser precipitadas pelo exercício físico, que são o infarto agudo do miocárdio e a morte súbita. “Antes de iniciar a prática de exercícios físicos, é fundamental uma consulta médica. Os exames necessários serão definidos de acordo com as características individuais do paciente e da atividade física que ele se propõe a fazer.”
O médico alerta que as atividades físicas intensas podem precipitar o infarto e a morte súbita, especialmente nos indivíduos sedentários, conhecidos como atletas de fim de semana. “E mais, embora ainda existam controvérsias, alguns estudos científicos têm mostrado que a prática de atividades físicas extenuantes, como maratonas e ultramaratonas, poderia correlacionar-se com maior incidência de arritmias, entre outras complicações cardíacas. O exame físico do esportista deve iniciar dentro do próprio consultório médico, abordando aspectos relacionados à postura, força e flexibilidade. Para avaliar as condições aeróbicas desse indivíduo podem ser realizados os testes ergométrico e cardiopulmonar, entre outros. A avaliação por um educador físico torna-se muito importante, especialmente para quem deseje praticar atividade física regular com muita frequência e em alta intensidade.”
Estudo recente avaliou 52 mil atletas de alta performance e demonstrou que 919 deles foram diagnosticados com arritmias cardíacas. O acompanhamento ocorreu por um período de mais de nove anos. Nesse estudo, a arritmia mais comum detectada foi a fibrilação atrial (em 681 pacientes), seguida por bradicardias. Arritmias extrassístoles ventriculares e supraventriculares também foram frequentes.
O cardiologista Haroldo Christo Aleixo explica que a consulta prévia permite identificar e prevenir complicações que podem ser precipitadas pelo exercício físico
A intensidade da atividade física pode demonstrar uma relação com a incidência da fibrilação atrial (FA), o que pode indicar que os efeitos antiarrítmicos positivos da atividade física são parcialmente anulados, quando o exercício é muito intenso. “A intensidade do exercício e a capacidade aeróbica também estiveram relacionadas à maior probabilidade de diagnóstico de arritmias. Os atletas que correram mais, melhor e por mais tempo apresentaram mais arritmias que aqueles que praticaram as atividades de forma mais comedida”, diz o médico.
O especialista explica que, durante o esforço físico, os níveis de adrenalina e a demanda de oxigênio no miocárdio aumentam muito. Isso pode ser facilitador de arritmias cardíacas e também precipitar isquemia de coronárias (angina) ou ruptura de uma placa de gordura dentro de uma artéria coronariana, o que pode causar o infarto. “Algumas arritmias cardíacas e doenças congênitas do coração podem não ser detectadas até a idade adulta pela ausência de sintomas. Assim, o exame médico pode diagnosticar uma doença silenciosa.”
AVALIAÇÃO O cardiologista Haroldo Christo Aleixo – médico do esporte do Clube Atlético Mineiro e do Minas – explica que a consulta prévia permite identificar e prevenir as infrequentes – porém temidas – complicações que podem ser precipitadas pelo exercício físico, que são o infarto agudo do miocárdio e a morte súbita. “Antes de iniciar a prática de exercícios físicos, é fundamental uma consulta médica. Os exames necessários serão definidos de acordo com as características individuais do paciente e da atividade física que ele se propõe a fazer.”
O médico alerta que as atividades físicas intensas podem precipitar o infarto e a morte súbita, especialmente nos indivíduos sedentários, conhecidos como atletas de fim de semana. “E mais, embora ainda existam controvérsias, alguns estudos científicos têm mostrado que a prática de atividades físicas extenuantes, como maratonas e ultramaratonas, poderia correlacionar-se com maior incidência de arritmias, entre outras complicações cardíacas. O exame físico do esportista deve iniciar dentro do próprio consultório médico, abordando aspectos relacionados à postura, força e flexibilidade. Para avaliar as condições aeróbicas desse indivíduo podem ser realizados os testes ergométrico e cardiopulmonar, entre outros. A avaliação por um educador físico torna-se muito importante, especialmente para quem deseje praticar atividade física regular com muita frequência e em alta intensidade.”